Carta de Lindomar Teixeira, Missionária Além Fronteiras nos Camarões.
Eis-me aqui para dar-vos notícias da missão como prometi!
Eu estou trabalhando, sobretudo, com os jovens, aqui nesta
diocese (Yagoua) eles chamam de Irmã Conselheira, a minha função é apoiar,
encorajar, organizar e formar os jovens. A parte prática dos encontros e a
coordenação geral ficaram na mão de uma equipe que está organizando-se. Na
paróquia tem mais de 600 jovens inscritos nos grupos das comunidades, na escola
média são mais de 500, eu estou trabalhando também nessa escola, é uma
experiência diferente, pois, é uma ocasião para conhecer a realidade dos jovens
e para dialogar com os nossos irmãos muçulmanos (três professores e também
alunos), tem também muitos alunos luteranos e católicos.
Um estudante falou-me que ele não
tem religião, se eu conseguir bem evangeliza-lo ele se tornará cristão, bem,
isso é antes de tudo, uma graça do Espírito Santo!
Nesta época está tendo grandes
mudanças nesta sociedade, vejo que os jovens estão vindos numerosos à Igreja em
busca do batismo, mesmo que seja uma questão de status fico contente com esse
fenômeno, é a nossa oportunidade de partilhar com eles a mensagem do Evangelho!
Neste ano, são 1123 catecúmenos inscritos entre o primeiro e o quarto percurso
do catecumenato. Nestes dias estou indo nas comunidades junto com Naira para
escutar os exames, são 8 textos do evangelho de Lucas que eles deveriam
conhecer para poder passar ao segundo percurso onde estudarão os patriarcas e
um pouco de história de Israel. Infelizmente a maioria não conseguiu superou,
constatamos que os jovens estão perdendo a tradição oral, inclusive a
capacidade de memorização!
A paróquia no geral caminha bem,
graças a Deus temos um padre diocesano que tem um espirito muito missionário,
está educando o povo à autonomia em todos os aspectos: econômica, organização
pastoral, à missão!
No ano passado ele fez um pedido de
10 computadores à Infância Missionária, com muita alegria nestes dias recebemos
a resposta positiva ao seu pedido. Brevemente iniciaremos o projeto de um
centro cultural para esses jovens que na maioria nunca tiveram a chance de
utilizar um computador.
Em relação à autonomia econômica,
fiquei admirada de ver a celebração da colheita, o povo deu 136 sacos de milho
para a paróquia, mesmo os mais pobres e até aqueles que o chamamos de
miseráveis foram capazes de dar um saco por família, realmente existe mais
alegria em dar do que em receber, foi edificante ver a alegria dos pobres em
poder lotar o depósito paroquial.
Beijos com saudades de todos/as.
Sempre unidos na amizade e orações
Yagua, 14/01/2014
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