FELIZ PÁSCOA!

“Como é belo o jejum
que se adorna de amor!
Partilha generoso o teu pão com quem tem fome;
ou teu jejum não é jejum, mas economia”

Com este cântico das vésperas da terça-feira da quaresma, a liturgia maronita, mergulhada na teologia dos padres da Síria, vincula intimamente a quaresma e o jejum com a caridade. Neste tempo em que o jejum para muitos é apenas uma forma de dieta, a Igreja ensina através da liturgia que o jejum cristão é mais do que a abstinência de alimentos.
O apóstolo Paulo não tinha dúvidas de que o amor é a coroa das virtudes cristãs, e um jejum não embelezado pelo esplendor do amor é inútil. O apóstolo João deixa claro que a pedra de toque do amor verdadeiro é a concreção e a praticidade, e exorta: "Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas com obras e em verdade" (1 Jo 3,18) .
A pobreza tem muitas faces, e a Madre Teresa, que era tão familiarizada com a pobreza material e com a fome, disse um dia que no mundo ocidental, onde as pessoas parecem mais ricas, existe uma grande fome e uma pobreza mais grave do que a das ruas de Calcutá: é a pobreza espiritual, a falta de sentido e a indigência de quem renunciou ao Senhor, fonte, significado e fim da nossa existência.
Vivamos esta quaresma como um presente, para experimentar juntos a alegria dupla que o canto litúrgico promete:
"A quem precisa, doa o que te sobra
e provarás a fecundidade da quaresma.
Canta o jejum com duas bocas: uma boca que jejua
e outra que se regozija com o teu dom".

Feliz tríduo santo.

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