VATICANO - Nomeação de membros da Congregação para a Evangelização dos Povos
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - O Santo Padre Bento XVI nomeou entre os membros da Congregação para a Evangelização dos Povos: Card. John Tong Hon, Bispo de Hong Kong; Card. Santos Abril y Castelló, Arcipreste da Basílica Papal de Santa Maria Maior; Card. Giuseppe Bertello, Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e Presidente do Governatorato do mesmo Estado; Card. Domenico Calcagno, Presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica. Além disso, o Santo Padre nomeou o Card. Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Membro da Congregação para a Doutrina da Fé, da Congregação para as Igrejas Orientais e da Congregação para a Educação Católica. (SL) (Agência Fides 21/04/2012)ÁFRICA/GUINÉ-BISSAU - Mensagem dos líderes religiosos: "Cada um de nós pode contribuir para que haja Paz na Guiné"
Bissau (Agência Fides) - Diante da situação "realmente triste e altamente perigosa" que o país está vivendo, sobretudo depois do golpe de 12 de abril, os líderes religiosos da Guiné-Bissau dirigiram uma mensagem à população, enviada também à Agência Fides, intitulada: "Cada um de nós pode contribuir para que haja Paz na Guiné". A mensagem tem início com esta exortação: "Nós, os líderes religiosos das comunidades Evangélica, Islâmica e Católica da Guiné Bissau, queremos dirigir esta mensagem a todos os Guineenses, com a finalidade de lhes pedir que se envolvam na procura da paz para a nossa terra". Para alcançar este objetivo, os líderes propõem quatro caminhos: a) o diálogo, como via para a resolução dos crónicos problemas por que passa o país. "Na verdade, é através do diálogo e do entendimento que podemos construir uma sociedade mais fraterna e mais pacífica". b) investir na justiça, como virtude e como sistema judiciário. c) observar as regras morais e cívicas, porque possibilitam a vida em sociedade. d) lembrar-se da fé comum em Deus, "visto que ela pode ajudar-nos a ver e a tratar o outro com amor". Os líderes religiosos se dirigem a toda a população: "Pedimos a calma e a serenidade necessárias nestas alturas, porquanto estamos em busca duma solução pacífica da situação em que vive o país". À comunidade internacional, pedem que colaborem com iniciativas nacionais "que permitam a resolução dos problemas da Guiné-Bissau". A mensagem se conclui com os votos de "que Deus nos ajude a criarmos condições favoráveis para uma paz verdadeira e duradoura na Guiné-Bissau" e invocando a sua bênção. (SL) (Agência Fides 21/04/2012)ÁFRICA/RD CONGO - Alarme para a segurança no leste da RDC por centenas de deserções entre os militares
Kinshasa (Agência Fides) - Cresce a preocupação diante da situação nas duas províncias do Kivu, no leste da República Democrática do Congo, desde que, no início de abril, algumas centenas de militares desertaram o exército. Segundo um relatório enviado à Agência Fides pela Rede "Paz para o Congo", os desertores "são militares provenientes do Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), integrados no exército nacional em 2009, mas ainda sob o comando do General Bosco Ntaganda, também ele do CNDP, um movimento político-militar fomentado e apoiado pelo regime ruandês e agora transformado em partido político, membro da Maioria Presidencial (MP)". As deserções ocorreram depois que, em março, a Corte Penal Internacional (CPI) renovou o pedido ao Governo congolês de prender o General Bosco Ntaganda, que tem um mandato de detenção internacional emitido em 2006, por alistamento de crianças-soldado e crimes de guerra cometidos no distrito de Ituri em 2002-2003. Oficialmente, Ntaganda é encarregado da integração das tropas do CNDP no exército nacional. Na realidade, tem o comando da operação militar "Amani Leo" (A Paz hoje) conduzida contra os grupos armados, nacionais e estrangeiros, ainda ativos em Kivu, entre os quais as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR). "Aparentemente, parece ser uma operação militar normal e devida", escreve "Rede Paz para o Congo". "Na realidade, como nas operações precedentes 'Umoja Wetu' (Nostra Unione) e 'Kimia II' (Tranquilidade), também em 'Amani Leo' a população local é objeto de graves e desproporcionais danos colaterais (ataques aos vilarejos, furtos, estupros, detenções, devastação de campos, incêndios de casas...), tanto que se vê obrigada a abandonar as próprias casas e as próprias atividades para fugir na floresta. Enquanto isso, nos vilarejos e nos campos abandonados pela população local se formam novos 'ocupantes', normalmente ruandófonos, ou, até mesmo, claramente ruandeses, em vista do controle das minas de cassiterita, ouro, tungstênio e volframite, presentes no subsolo dos dois Kivu". Ntaganda, servindo-se dos desertores, estaria portanto organizando a sua milícia para defendê-lo de uma eventual detenção. "Provavelmente, talvez este não seja o momento mais apto para deter Bosco Ntaganda, enquanto as tropas a ele fiéis estão em estado de alerta e prontas a defendê-lo a custo de semear o terror entre a população civil. Isso deveria ter sido feito antes. Deverá ser feito o quanto antes, para depois transferi-lo imediatamente à CPI", comentam os missionários de "Rede Paz para o Congo". Mas o maior problema diz respeito à atuação de "uma verdadeira reforma do exército, para que seja capaz de garantir a segurança e a integridade territorial de toda a RDC". (L.M.) (Agência Fides 21/4/2012)ÁFRICA/MALI - Situação crítica para a população do norte, que enfrenta conflitos, seca e falta de víveres
Bamako (Agência Fides) - Desde os primeiros dias de abril, a região setentrional do Mali vive uma situação de grave instabilidade por causa dos conflitos em andamento. Uma semana atrás, os rebeldes tuareg proclamaram a independência do norte do país. O poder é exercido em muitas áreas pelo movimento islâmico Ansar Dine, que controla todas as principais cidades da região, incluindo Timbuctu. As ONGs engajadas em projetos humanitários, suspenderam suas atividades. Ao lado da incerta situação sociopolítica se juntam a seca e a falta de alimentos, além do crescente fenômeno de recrutamento de jovens.O exército está recrutando jovens para combater e, após 15 dias de adestramento, eles partem para o norte do país. "Dezenas de caminhões com mais de 150 pessoas cada um chegam a Bamako todos os dias. São centenas de pessoas provenientes do norte por causa do conflito e fome", lê-se num comunicado de Ans enviado à Agência Fides. Os dados apresentados pelas agências internacionais indicam que mais de 200 mil pessoas abandonaram suas casas. A situação é crítica e precisamos de um corredor humanitário para ajudar as pessoas. Os deslocados falam de atrocidades, como incêndios de casas e campos. (AP) (21/4/2012 Agência Fides)
ÁFRICA/RUANDA - Milhares de pessoas deslocadas pelas enchentes que estão atingindo o país
Kigali (Agência Fides) - Pelo menos 876 hectares de terra foram inundados, transformando as planícies em rios que prejudicaram estradas, pontes, escolas e clínicas. É o que emerge das declarações do Ministério para Gestão de Desastres e Assuntos de Refugiados (Ministry for Disaster Management and Refugee Affairs). Centenas de pessoas foram deslocadas e muitas foram vítimas de enchentes que atingiram o distrito montanhoso de Musanze, no norte de Ruanda, e os ocidentais de Nyabihu e Rubavu. Em toda a região se abateram chuvas incessantes durante toda a semana e estão previstas mais cheias nos próximos dias. A Cruz Vermelha da província do norte de Ruanda está fornecendo ajuda alimentar e outros tipos de ajuda, e muitos moradores das áreas afetadas estão procurando abrigo em campos improvisados. O governo interveio para ajudar as vítimas, por via aérea, que foram isoladas pelas enchentes. Não foi ainda possível estimar os prejuízos. (AP) (21/4/2012 Agência Fides)ÁSIA/PAQUISTÃO - Os sacerdotes de Punjab, em meio a desafios e dificuldades, se unem em torno do Papa Bento XVI
Lahore (Agência Fides) - Testemunhar a fé em Cristo em meio a dificuldades, sofrimentos, pobreza, extremismo islâmico: são os desafios enfrentados diariamente pelos sacerdotes em Punjab, a mais importante e populosa província paquistanesa, que viveram alguns dias de retiros em Lahore, capital de Punjab. Segundo a Agência Fides, participaram do retiro sacerdotes diocesanos e várias ordens religiosas presentes na arquidiocese. "Um modelo e um ponto de força, para oferecer o nosso testemunho de fé, é o Santo Padre Bento XVI. Desejamos-lhe vida longa e boa saúde", disse o administrador apostólico de Lahore, Dom Sebastian Francis Shaw OFM, falando ao clero em 19 de abril, sétimo aniversário do pontificado do Papa Ratzinger. "Bento XVI é uma bênção para toda a Igreja, é o nosso modelo de unidade. Como sacerdotes da Arquidiocese continuaremos a levar ao Paquistão a mensagem do Senhor Ressuscitado, que o Santo Padre escolheu para guiar a Igreja". Pe. Emmanuel Asi, pregador do retiro, acrescentou a esperança "de que o Espírito Santo possa guiar a Igreja no próximo Sínodo dos Bispos em Roma no mês de outubro de 2012" e "que o Santo Padre possa inspirar a Igreja a viver os documentos Concílio Vaticano II, para o bem espiritual dos fiéis de todo o mundo". O mais jovem sacerdote diocesano de Lahore, Pe. Almas John, 34, disse que "o Santo Padre é o modelo para todos os sacerdotes do mundo", agradecendo ao Papa que muitas vezes expressou sua preocupação e proximidade aos fiéis cristãos no Paquistão. (PA) (Agência Fides 21/4/2012)ÁSIA/PAQUISTÃO - O missionário premiado: "O cristianismo é um componente fundamental na identidade nacional"
Karachi (Agência Fides) - É um missionário "adotado" pelo Paquistão: Pe. Robert McCulloch, australiano, da Sociedade de São Columbano para as Missões Exteriores, depois de mais de 30 anos de serviço no país, sobretudo no setor da saúde, que recebeu a mais alta honraria civil existente na nação: o "Sitara-e-Quaid- e-Azam", foi atribuído também a uma religiosa, Irmã Berchmans Conway. O prêmio que lhe permite ter um "visto permanente", um sinal de grande confiança que o Paquistão deve a ele. Hoje Pe. Robert, Procurador-geral de sua congregação, usa sua experiência para ajudar na tradução do Catecismo da Igreja Católica em urdu, que será publicado pela Conferência Episcopal em vista do Ano da Fé. Pe. McCulloch concedeu a seguinte entrevista à Agência Fides.Depois de passar a metade de sua vida no Paquistão, como o senhor vê a presença da Igreja no país?
O cristianismo está presente no subcontinente indiano há quase dois mil anos, antes da chegada do Islã e antes do início da religião sikh. A Igreja Católica é uma parte constitutiva da realidade multi-religiosa, étnica e linguística cuja a nova nação do Paquistão emergiu, 14 de agosto de 1947. A Igreja Católica não é "uma intrusa", não é um elemento estranho na realidade política, cultural e religiosa do Paquistão.
O senhor pode nos dar algumas cifras e fazer uma avaliação sobre a Igreja?
A Igreja é uma realidade florescente: existem 3,5 milhões de católicos no Paquistão e 1,5 milhões de cristãos de outras denominações, cinco milhões no total. Não muitos, pode-se dizer, numa população total de 175 milhões: porém são mais da metade da população da Nova Zelândia ou da Irlanda. Seis dos sete bispos das dioceses são paquistaneses. Mais de 95% dos sacerdotes e religiosas são paquistaneses. Existem 127 jovens paquistaneses que estão se preparando para se tornar sacerdotes católicos nos dois seminários maiores em Karachi e Lahore.
Como os fiéis vivem sua identidade de cristãos e paquistaneses?
Os cristãos paquistaneses são orgulhosos de sua identidade religiosa como pertencentes à fraternidade de fiéis e à Igreja universal, e se sentem unidos ao Papa Bento XVI. Mas juntos, sentem fortemente sua pertença à nação do Paquistão. São duas faces da mesma medalha, ou, como diz o provérbio hurdu, "não se pode aplaudir com uma só mão".
Qual é, segundo seu parecer, a real identidade nacional do Paquistão?
Com relação à identidade, creio que o Paquistão é atualmente uma nação que luta para estabelecer a própria identidade. Desde 1947, a questão da identidade é vista nos termos de "não-hindu". Um processo que foi complicado pela independência do Paquistão oriental, o atual Bangladesh, em 1971. Em seguida, principalmente durante a era do ditador Zia ul Haq, houve uma reviravolta política contra a Arábia Saudita e o islã. Todavia, a realidade efetiva do Paquistão, sua diversidade nas religiões, culturas, línguas e etnias, é a fonte e a manifestação de sua identidade pluralista. Esta é a ideia primária do fundador do Paquistão, Muhammad Ali Jinnnah, o Quaid-e-Azam, quando elaborou a identidade da nação. No célebre discurso de 14 de agosto de 1947, Jinnah convidou o povo à unidade em seu 'ser paquistaneses', sem diferenças ou distinções de crenças e discriminações.
Quais são os maiores desafios do país, hoje?
Hoje, uma ideologia religiosa, restritiva e radical, está ameaçando a identidade do Paquistão e atacando o papel dos cristãos no Paquistão. Um exemplo é a lei da blasfêmia, instituída em 1986 como instrumento de manipulação política de um ditador militar que utilizou o islã a seu favor. Em segundo lugar, o processo de "islamização" torna as pessoas, sejam cristãs como hindus, xiitas ou sunitas, vítimas em seu próprio país. Em terceiro lugar, os cristãos paquistaneses, que estão aqui desde a 'partition' com a Índia, em 1947, hoje são vítimas daqueles que se creem no direito de decidir quem é cidadão paquistanês e quem não o é. Em quarto lugar, existem tentativas de bandos armados terroristas que querem introduzir um reino de terror no Paquistão, em nome da religião.
Como a sociedade civil reage?
Os paquistaneses estão começando a levantar a voz contra esta agenda de intimidação e de exclusão que é essencialmente um novo sistema de apartheid, baseado nas diferenças religiosas. Alguns líderes significativos foram martirizados no Paquistão nos últimos dezoito meses, justamente por causa da defesa dos pontos de vista de Muhammad Ali Jinnah, por um Paquistão democrático, respeitoso dos direitos e inclusivo. Recordamos o governador de Punjab, Salman Taseer, muçulmano, e o ministro federal para as minorias, Shahbaz Bhatti, católico.
A Igreja contribui para criar a identidade nacional?
A Igreja oferece uma grande contribuição, religiosa e social, ao Paquistão. O governo o reconheceu recentemente, com a concessão do prêmio "Sitara-e-Quaid-e-Azam" a mim e ao Sr. Berchmans Conway. Hoje, a Igreja católica tem um papel especial ao exortar a população e os líderes políticos ao empenho pela inclusão religiosa e cultural, à harmonia e à convivência na diversidade, característica distintiva do Paquistão. (PA) (Agência Fides 21/4/2012)
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