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VATICANO - Ano da Fé: ousar ainda mais na proclamação do Evangelho e ampliar a cooperação missionária
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - "A evangelização é uma atividade que se situa no coração da Igreja. Não é obra de navegadores solitários; ao contrário, acompanha e se acompanha no caminho do povo de Deus. Consequentemente, devemos nos inserir e participar dos eventos eclesiais que este ano têm relevância e significado particulares: refiro-me ao Ano da Fé, ao Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e ao 50° aniversário do Concílio Vaticano II". Quem o destaca é o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Cardeal Fernando Filoni, em seu pronunciamento na Assembleia das Pontifícias Obras Missionárias (POM), aberta ontem, 7 de maio, na Casa dos Salesianos em Roma (veja Fides 3/05/2012).
Falando aos Diretores nacionais das POM provenientes de todo o mundo para o compromisso anual, o Card. Filoni relevou que "o Ano da Fé nos interpela diretamente e exige de nós, da Congregação e das Pontifícias Obras, o máximo esforço e uma ativa participação. Isto é uma graça e uma oportunidade que nos é oferecida para autenticar o nosso serviço, ousar ainda mais para proclamar o Evangelho e ampliar em quantidade e a qualidade a cooperação missionária".
Em relação à próxima Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se celebrará em outubro sobre a nova evangelização, o Card. Filoni evidenciou que o "Sínodo é um evento que nos toca de perto, porque a atenção pastoral ordinária, a nova evangelização e a evangelização ad gentes são partes de um ministério eclesial interligado e interdependente. A Igreja caminha rapidamente no mundo quando usa a primeira evangelização e a nova evangelização; desta forma, oferece um serviço pleno ao Evangelho e ao Povo de Deus". O 50° aniversário da abertura do Concílio Vaticano II deve também ser uma oportunidade para reler os documentos do Vaticano II, o Concílio da missionariedade" - recomendou o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, citando de modo especial duas Constituições, a Lumen Gentium e a Gaudium et Spes, e o Decreto Ad Gentes.
Por fim, o Cardeal Prefeito se deteve brevemente em alguns aspectos da vida e das atividades das POM, citando o empenho com a Igreja na China, "que atravessa um momento positivo para a evangelização, mas também crítico para as relações, que se tornaram problemáticas na nomeação de bispos. Buscamos - disse o Card. Filoni -, também através dos modernos meios de comunicação, fazer ouvir a voz da Igreja e da Santa Sé àqueles que se confundem com a presente situação. A Congregação está engajada em esclarecer e sair da ambiguidade que até o momento não facilitaram a Igreja na China". (SL) (Agência Fides 8/05/2012)
EUROPA/SUÍÇA - Scalabrini-Fest de Primavera: chamados a testemunhar, como cristãos, que é possível viver a comunhão entre as diversidades
Solothurn (Agência Fides) - "Para que as cores de Deus encontrem casa - em caminho rumo a Pentecostes" foi o título da Scalabrini-Fest de Primavera 2012. O encontro, dirigido a jovens, adultos e famílias com suas crianças, aconteceu de 4 a 6 de maio no Centro Internacional de Formação (Internationales Bildungszentrum) "G.B. Scalabrini" das Missionárias Seculares Escalabrinanas, em Solothurn, na Suíça. Estavam presentes cerca de 400 participantes de 34 nacionalidades - autóctones, migrantes e refugiados de vários continentes - unidos pelo desejo de viver uma experiência de Igreja, em que a variedade das "cores", ou seja, das línguas, culturas, idades e condições de vida, ao lado da originalidade e da unicidade de cada um, podem encontrar espaço e expressar-se no serviço recíproco e na comunhão.
A reflexão ocorreu em diálogo com o novo Bispo de Basel, Dom Felix Gmür, que há pouco mais de um ano dirige a maior Diocese da Suíça. Inspirando-se no titulo da Festa, o Bispo se referiu à realidade das cores no mundo físico. A gama de cores existentes é muito mais ampla do que nossos olhos podem perceber: existe, na natureza, um enorme potencial e uma extraordinária beleza, que vão além do que podemos ver sozinhos. As cores são perceptíveis apenas como variações de luz. A afirmação de Jesus: "Eu sou a luz do mundo" nos revela, no âmbito da fé, qual é a verdadeira fonte de todas as múltiplas diversidades que enriquecem a imagem da Igreja e do mundo. Pentecostes é o Espírito do Cristo crucificado e ressuscitado, o Espírito do amor, que permite que todas as diversidades possam compreender-se reciprocamente. Pentecostes torna-se, assim, a festa da infinita diversidade, e ao mesmo tempo, da unidade: uma alegria, mas também um desafio. Como cristãos, somos chamados a testemunhar que é possível viver a comunhão em meio às diversidades, num mundo que parece sempre ir para outra direção, como por exemplo, nos revelam as migrações forçadas ou a perseguição dos cristãos e de outras minorias.
Nos grupos de debate e em mesas-redondas, aprofundaram-se estas problemáticas e questionou-se sobre o nosso engajamento e testemunho. A celebração eucarística foi presidida pelo Bispo auxiliar de Basel, Dom Martin Gächter, e concelebrada pelo padre G. Bortolamai, missionário escalabriniano, Pe. Ihab, sacerdote iraquiano e por alguns sacerdotes suíços. (LD/SL) (Agência Fides 08/05/2012)
ÁFRICA/GUINÉ-BISSAU - Situação paralisada; a comunidade internacional estuda sanções contra os golpistas
Bissau (Agência Fides) - "A situação permanece paralisada, seja no plano político interno como internacional" - diz à Agência Fides padre Davide Sciocco, missionário do PIME e diretor da Rádio Sol Mansi, de Bissau. A Comunidade econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO/ECOWS) apresentou um plano para restabelecer a legalidade, depois do golpe militar de 12 de abril, que precipitou a Guiné-Bissau em uma nova crise. "O problema - diz pe. Sciocco - é que o plano da CEDEAO não foi aceito por todos. Disso deriva a interdição política interna e internacional".
As instituições internacionais mais envolvidas na crise da Guiné-Bissau são, além da CEDEAO, a ONU e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Esta última apresentou ao Conselho de Segurança da ONU o pedido de impor sanções contra a junta militar.
A este respeito, pe. Sciocco nota que "à parte as da União Européia em relação aos militares golpistas, não foram impostas sanções particulares contra o país". A CEDEAO havia decidido, inicialmente, o envio de uma força militar ao país, mas, como observa pe. Sciocco, "a experiência nos indica que são precisos pelo menos 4 meses para recolher verbas e tropas a enviar".
O impasse internacional se reflete também no plano político interno, onde aos 5 partidos representados no Parlamento, somam-se outros vinte, mesmo que alguns deles formaram uma aliança definida "oposição democrática".
Entretanto, o pagamento dos salários aos funcionários públicos está suspenso e foi retomada a exportação das castanhas de caju, principal fonte de entradas da Guiné-Bissau.
"Um sinal de esperança foi oferecido pelas jornadas da juventude, organizadas pela Igreja local sábado 5 e domingo, 6 de maio, que tiveram boa participação de fiéis" - conclui o missionário. (L.M.) (Agência Fides 8/5/2012)
ÁFRICA/NIGÉRIA - "Não se quer combater realmente a Boko Haram" - denuncia um Bispo nigeriano
Jos (Agência Fides) - "A Nigéria não quer, no momento, o fim da ameaça de Boko Haram. Os membros dos serviços de segurança revelaram saber quem está por detrás desta ameaça, mas acrescentaram não ser capazes de capturá-los. Esta situação é péssima". Foi o que afirmou Dom Gabriel Leke Abegunrin, Bispo de Osogbo, capital do Estado de Osun, no sudoeste da Nigéria, em uma longa entrevista ao Nigerian Tribune. O Bispo lamenta que, devido às condições de insegurança, os nigerianos "não se podem movimentar livremente no país. Atualmente, os cidadãos da Nigéria estão desprotegidos e esta é uma coisa triste".
A seita Boko Haram, originária do norte da Nigéria, está ampliando há alguns meses suas atividades a outras áreas do país, realizando atentados a locais de culto cristãos.
Dom Abegunrin lamenta também as divisões partidárias (que geram a instrumentalização da violência) e as formas de clientelismo ligadas aos partidos: "Se não for cadastrado em um partido não encontra emprego".
O Bispo observa também que as carências nas estruturas públicas, de modo especial nos campos da saúde e do ensino, derivam principalmente da má-gestão e da carência de fundos. "Por que as escolas particulares estão ganhando mais espaço?" - pergunta-se Dom Abegunrin, referindo-se especialmente às escolas católicas. "Porque recrutamos o nosso pessoal e o controlamos bem" - responde. "Dizemos: se não quiserem trabalhar, vão embora". "Não é verdade que nas escolas particulares haja melhores professores, mas fazemos com que os nossos trabalhem duro e extraiam o máximo dos alunos".
Dom Abegunrin conclui afirmando: "O governo paga seus professores melhor do que nós. Não temos dinheiro, mas temos os meios para que nossos professores sejam felizes em seu trabalho. O governo tem tudo, mas não sabe como utilizar seus meios". (L.M.) (Agência Fides 8/5/2012)
ÁFRICA/RD CONGO - Rádio Okapi, uma voz a serviço da paz e dos direitos
Bukavu (Agência Fides) - No continente africano, muitas vezes a rádio é usada como instrumento de guerra. Na República Democrática do Congo, Rádio Okapi vai contracorrente, colocando-se a serviço da paz. Criada pelas Nações Unidas e pela fundação suíça Hirondelle cerca de 10 anos atrás, dia e noite percorre a província do Kivu do Sul, na parte oriental do país, para contar a realidade de uma sociedade marcada pela guerra. Uma voz para aqueles que não têm voz, para que sejam ouvidos e possam expressar suas denúncias de abusos. Apesar de a guerra ter se concluído oficialmente, os grupos armados continuam a circular livremente na parte leste do país. Todos os dias, têm ataques, incursões nos vilarejos que obrigam os habitantes a abandonarem as próprias casas e a buscar refúgio nas cidades. Famílias de 15, 18 ou 20 pessoas vivem em pequenas cabanas sem estrutura. As mulheres são as mais penalizadas, escravas sexuais dos militares ruandeses e violentadas pelos soldados congoleses. A tragédia da população congolesa deve-se aos seus recursos naturais. Por detrás deles, há multinacionais e líderes potentes de todo o mundo. Muitas vezes, as organizações dos direitos humanos denunciam o tráfico ilícito de minerais em detrimento da população local. Em 2002, as Nações Unidas publicaram um relatório no qual se denunciava a incursão no país por parte de vizinhos, com a cumplicidade de 85 multinacionais. A batalha que todos os dias os jornalistas da emissora radiofônica levam adiante é continuamente dificultada por ameaças de morte. Dois jornalistas de Bukavu morreram assassinados. (AP) (8/5/2012 Agência Fides)
ÁSIA - Mortos e dezenas de desaparecidos por enchentes no Afeganistão e Nepal
Kabul (Agência Fides) - Pelo menos 24 pessoas morreram no distrito de Sang Charak, província de Sari Pul, no norte da Afeganistão, depois de fortes chuvas que atingiram a região onde antes nunca tinham se verificado desastres naturais deste tipo. Uma centena de habitações e 500 cabeças de gado foram atingidas. Todavia, segundo outras versões, o número de pessoas desaparecidas seria superior: se fala de mais de 60. As infraestruturas e as casas precárias presentes no Afeganistão, em especial nas regiões mais remotas, agravam os riscos quando as chuvas são abundantes. Além disso, o degelo primaveril foi particularmente problemático por causa das nevascas invernais, as mais fortes dos últimos 17 anos, segundo as autoridades. Em 2012, morreu uma centena de pessoas no país, vítimas de avalanches. Também no Nepal, apesar da ausência de chuvas nos últimos dias, 60 pessoas resultam entre mortos e desaparecidos depois da imprevista enchente devido ao transbordamento do rio Seti. Os bombeiros estão escavando entre os escombros. A tragédia ocorreu sábado na cidade turística de Pokhara, 120 quilômetros de Katmandu. Segundo no Nepal depois de Katmandu, Pokhara é meta de turistas que escalam a montanha de Annapurna, o décimo pico entre os mais altos do mundo. (AP) (8/5/2012 Agência Fides)
ÁSIA/CHINA - Mais de 8 mil fiéis no Santuário de Nossa Senhora de She Shan para a abertura do mês mariano da diocese de Shang Hai
Shang Hai (Agência Fides) - Mais de 8 mil fiéis participaram da abertura do mês mariano da diocese de Shang Hai, que se realizou no Santuário de Nossa Senhora de She Shan, indicado pelo Santo Padre Bento XVI na sua Carta aos católicos chineses de 27 de maio de 2007 como ponto de referência para a Jornada mundial de oração para a Igreja na China, por ele estabelecida todos os anos no dia 24 de maio. Segundo as informações reunidas pela Agência Fides, a celebração que marcou a abertura solene do mês mariano se realizou em primeiro de maio, guiada pelo Bispo de 90 anos de Shang Hai, Dom Alios Jin Lu Xian, que presidiu a solene procissão mariana, a reza do terço e a Santa Missa, concelebrada por 15 sacerdotes, no final da qual todos rezaram a oração a Nossa Senhora de She Shan escrita pelo Papa Bento XVI. No dia precedente, na praça do Santuário de She Shan, se realizou a abertura do mês dedicado a Nossa Senhora.
No decanato de Pu Dong da diocese de Shang Hai, que compreende a parte mais industrializada da região, mais de dois mil fiéis participaram da abertura do mês mariano em 2 de maio, na paróquia de Nossa Senhora de Lourdes. Durante o mês, a cada sábado se realizará uma procissão mariana solene na praça.
No site diocesano, também foram publicados o programa com os horários, as indicações para as Missas e outras celebrações, a fim de ajudar os fiéis rumo ao Santuário de She Shan a viver bem, do ponto de vista espiritual, sua peregrinação mariana. (NZ) (Agência Fides 2012/05/08)
AMÉRICA/BRASIL - Diminuem as mortes, mas aumenta a violência rural: o relatório da CPT
Rio de Janeiro (Agência Fides) - O número de mortes por conflitos no campos brasileiros caiu de 34 em 2010 para 29 em 2011, mas a violência rural aumentou, segundo um relatório publicado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT ) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como informa a nota enviada à Agência Fides. Sob o título "Conflitos nos campos do Brasil", o relatório da CPT relata que os assassinatos por causa de brigas por terra, pelo acesso à água ou ao trabalho rural forçado, diminuíram significativamente desde 2003, quando se registraram 73 mortos.
Apesar da redução de homicídios, o número total de conflitos aumentou passando de 1.186 (2010) para 1.363 (2011), segundo o relatório. "Os conflitos pela posse da terra passaram de 853 em 2010 para 1.035 em 2011, um aumento de 21,32%; e com um aumento de 177,6%, aumentou o número de agricultores ameaçados de morte (de 125 para 347)" - afirma o relatório. Os conflitos no trabalho em condições de escravidão aumentaram de 204 em 2010 para 230 em 2011, e as brigas pelo acesso à água caíram de 87 para 68 durante o mesmo período. Em geral, no ano passado 600.925 pessoas estiveram envolvidas em conflitos nas zonas rurais. Na Amazônia, onde as controvérsias envolvem agricultores, mineiros, índios e colonos interessados em novas terras para o cultivo, foram registrados 69% dos conflitos, 79,3% de homicídios e 85% de ameaças.
O Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonard Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília, anunciou que o relatório sobre violência no campo será entregue ao Secretário de Direitos Humanos da Presidência do Governo e ao Ministro da Justiça. O consulente permanente da CPT, Dom Tomas Balduino, Bispo Emérito de Goiânia, informou que este ano começou com muita violência no campo, de modo que nos primeiros quatro meses de 2012 foram registrados 12 homicídios, em relação aos 8 do mesmo período de 2011.
Na apresentação do relatório estavam presentes, além de Dom Steiner e Balduino, Dom Guilherme Werlang, Bispo de Ipameri, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz. (CE) (Agência Fides 08/05/2012)
AMÉRICA/COLÔMBIA - As chuvas não param, atualizado o balanço: 46 mortos e 113 mil desabrigados
Bogotá (Agência Fides) - Chegou a 46 o número de mortos pelas chuvas que afetam a Colômbia, onde há 113.602 desabrigados, segundo o relatório da Unidade Nacional para a Gestão de Risco de Desastres (UNGRD). A partir dos dados recolhidos pela Agência Fides, e segundo o relatório desta unidade de Governo, as chuvas que afetam o país desde meados de março, causaram enormes calamidades e desastres em 417 municípios de 28 dos 32 departamentos que compõem a Colômbia. Há 483 casas destruídas, enquanto outras 18.096 foram declaradas impróprias por causa dos danos. Além disso, as agências humanitárias assinalaram 10 desaparecidos e nem todas as estradas são transitáveis: contam-se 381 estradas danificadas, o que dificulta ainda mais o resgate. Duas semanas atrás, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, promulgou a Lei de Gestão de Risco de Desastres, uma iniciativa que visa capacitar o Estado a responder e prevenir tragédias semelhantes.
Existem áreas como Montería e Sincelejo onde a água atingiu uma altura de cinco metros e meio, entrando dentro de casas e destruindo tudo. Além do perigo criado pelo desmoronamento das paredes de casas e vários edifícios, umedecidas com a água, a população se preocupar com o perigo de picadas de cobra, como aconteceu ontem a dois membros da Polícia Nacional engajados no resgate, pois a água leva répteis a áreas onde não se imagina de encontrá-los. (CE) (Agência Fides, 08/05/2012)

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