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ÁFRICA/EGITO - Presidenciais: segundo turno entre os candidatos da Irmandade Muçulmana e do Exército
Cairo (Agência Fides) - "Eles venceram as duas realidades mais bem organizadas: a Irmandade Muçulmana, através de suas redes sociais espalhadas por todo o Egito e os militares e a grande burocracia estatal" - dizem à Agência Fides fontes locais do Cairo, onde ontem, 28 de maio, a Comissão Suprema para as eleições presidenciais no Egito confirmaram que no segundo turno de 16 e 17 de junho participarão os candidatos da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, e o ex-Premier de Mubarak (e ex-oficial da Aeronáutica) Ahmed Shafiq. No primeiro turno de 23 e 24 de maio, Morsi obteve 5.764.952 votos, enquanto Shafiq 5.505.327. A participação foi 46,42% de 51 milhões de eleitores. Alguns dos candidatos derrotados no primeiro turno lançaram acusações de fraude. "Este número reflete um certo cansaço do eleitorado após as eleições parlamentares dos últimos meses. Existe também uma parte da população que não parece muito interessada em ir votar", dizem as nossas fontes.
O segundo lugar de Shafiq provocou protestos do movimento da Praça Tahrir, onde manifestantes pediram a anulação dos resultados das eleições, porque a lei eleitoral em vigor proíbe os membros do antigo regime de se candidatarem para as presidenciais. Durante a noite o quartel general da campanha eleitoral de Shafig no Cairo foi incendiado pelos manifestantes.
"Shafiq reuniu o consenso da massa do antigo regime: militares e policiais com suas famílias, empresários ligados com contratos estatais, os burocratas estatais, e assim por diante, que lutam para manter suas posições sociais. Shafiq é visto por seus eleitores como uma pessoa preparada capaz de garantir os interesses econômicos consolidados e o poder dos militares", dizem as fontes de Fides. "Lembre-se também que o exército controla uma parte importante da economia egípcia".
"A Irmandade Muçulmana, que, num primeiro momento, anunciou de não apresentar um candidato para presidência, mudaram sua posição quando perceberam sua força eleitoral depois de chegar primeiro nas eleições parlamentares", continuam as fontes. "Eles registraram várias defecções de seus eleitores porque nas eleições presidenciais não obtiveram um resultado surpreendente como nas eleições parlamentares. Isso decorre do fato de que nas eleições parlamentares, houve candidatos que tinham uma rede de clientelismo que faltou nessas eleições", concluem as nossas fontes. (L.M.) (Agência Fides 29/5/2012)
ÁFRICA/CONGO RD - Ruanda desmente que apoia a guerrilha congolesa
Kinshasa (Agência Fides) - O Governo de Ruanda desmentiu com uma nota do Ministro das Relações Exteriores, Louise Mushikiwabo, as afirmações contidas num relatório confidencial das Nações Unidas sobre o recrutamento de cidadãos ruandeses a serem enviados para reforçar o movimento de guerrilha M23 que atua no Kivu Norte, no leste da República Democrática do Congo (veja Fides 24/5/2012). O M23 é descrito como um movimento formado por soldados congoleses desertores.
Segundo a BBC, que publicou o relatório, "a ONU interrogou 11 combatentes que abandonaram suas posições nas florestas entre a RDC e Ruanda. O relatório descreve esses desertores como cidadãos ruandeses recrutados em Ruanda, sob o pretexto de se unir ao Exército nacional, incluindo um menor", explica a emissora televisiva.
"Alguns combatentes disseram que foram recrutados em fevereiro", afirma a BBC. Os confrontos entre as Forças Armadas Congolesas (FARDC) e o M23, oficialmente formado em 6 de maio, estão concentrados no território de Rutshuru, a norte de Goma, e mais precisamente numa área limitada, perto da fronteira com o Ruanda e Uganda.
As declarações do relatório da ONU tiveram ampla divulgação na imprensa congolesa. "Classificado como reservado, o relatório da ONU destaca o perigoso jogo de Ruanda de se apresentar como a principal causa da insegurança que reina constantemente no leste da RDC. Este documento reforça as conclusões do relatório Mapping sobre o saque dos recursos da RDC (veja Fides 7/5/2011), também feito pelas das Nações Unidas", escreve o jornal" Le Potentiel" de Kinshasa. (L.M.) (Agência Fides 29/5/2012)
ÁSIA/NEPAL - A sociedade civil num vazio de poder, existe o risco de violência e exploração
Katmandu (Agência Fides) - A incerteza, a falta de clareza e perspectiva, e o medo dominam o clima social e político, em Katmandu, abalada ontem por protestos diante da sede da Assembleia Constituinte, onde o povo nepalês expressou toda sua desilusão. A Assembleia Constituinte, na verdade, não chegou a um acordo e não foi capaz de redigir um texto para a nova Carta constitucional até maio de 27, última data de vencimento da reunião. O ponto crítico em que não se encontrou um acordo não foi a possível estrutura federal do Estado, que alguns grupos queriam que fosse segundo linhas discriminantes ligadas à etnia. Por isso a Assembleia, criada em 2008, foi dissolvida e o presidente do Nepal, Bhattarai Baburam, pediu novas eleições nos próximos seis meses. Enquanto isso, também foi declarado um estado de emergência, que permite ao atual governo permanece em função até as novas eleições.
Nesta fase de instabilidade a sociedade civil manifesta grande preocupação com a futuro. Mandira Sharma, advogado, uma das líderes da ONG "Advocacy Forum", que promove o estado de direito, democracia e os direitos humanos no Nepal, disse à Fides: "Existe grande incerteza e o risco real de estourar uma nova onda de violência. Embora agora a situação seja calma no país, espera-se os próximos movimentos dos partidos políticos. Tememos que alguns grupos possam aproveitar do vazio de poder para tentar se impor pela força". Por isso, explica, "a sociedade civil não baixa a guarda, mas pedimos também que a comunidade internacional continue a monitorar a situação no Nepal, para garantir uma transição pacífica rumo a uma sólida democracia".
Numa nota enviada a Fides, também a Ong "Christian Solidarity Worldiwide" define a falta de um acordo sobre a Constituição "um duro golpe para o futuro do Nepal", enquanto "a Constituição deveria finalizar a transição da monarquia a uma república laica e democrática". Agora, acrescenta, "cabe aos políticos trabalharem juntos no interesse nacional e recuperar a confiança do povo". (PA) (Agência Fides 29/5/2012)
ÁSIA/CHINA - Com a Jornada de Oração pela Igreja na China chegou "a primavera da Igreja"
Shao Guan (Agência Fides) - Com a Jornada Mundial de Oração pela Igreja na China "chegou a primavera para a Igreja em Shao Guan", na diocese de Guang Zhou: foi o que disse o pároco local. De fato, em 24 de maio, a comunidade local celebrou a "Jornada Mundial de Oração pela Igreja na China" convocada pelo Papa Bento XVI, na festa de Santa Maria Auxiliadora, mas teve também outros motivos de alegria: a ordenação dos dois novos sacerdotes, a primeira celebrada na igreja de Shao Guan desde 1949; e a inauguração de uma nova residência para o clero local num complexo onde se encontra também um novo Centro pastoral e cultural intitulado a dois santos salesianos, S. Luís Versiglia (1873-1930) e São Calixto Caravario (1903-1930). Mais de 500 fiéis chegaram de toda a região sudeste da China continental (mas também de Hong Kong e Macau) junto a dezenas de religiosas de diversas congregações, para participar da solene celebração presidida por Dom Giuseppe Gan Jun Qiu, Arcebispo da Arquidiocese de Guang Zhou, e concelebrada por cerca de 50 sacerdotes.
Como refere a Fides o Departamento de comunicação da Igreja local, Dom Gan encorajou os fiéis à oração e à ativa participação na evangelização. A comunidade de Shao Guan, recordou, é uma comunidade florescente e cheia de vitalidade no empenho pastoral e missionário, como testemunham os 108 batismos, entre crianças e adultos, celebrados na noite de Páscoa. A Arquidiocese de Guang Zhou hoje conta 17 sacerdotes, cerca de 40 religiosas, 16 seminaristas maiores, 50 igrejas e capelas e, no total, 60 mil fiéis. (NZ) (Agência Fides 29/05/2012)
AMÉRICA/BOLÍVIA - O Cardeal Terrazas condena com força a "justiça com as próprias mãos"
Santa Cruz (Agência Fides) - O Cardeal Julio Terrazas, Arcebispo de Santa Cruz, condenou com força a chaga da "justiça com as próprias mãos". "Provoca-nos realmente medo quando sabemos que alguém foi linchado, como se fosse um valor o fato de que cada comunidade possa assumir a lei com as próprias mãos, é terrível tirar a vida de outra pessoa e o que é ainda pior é quando se diz que houve um erro", disse o Cardeal na homilia de domingo, 27 de maio, referindo-se à execução de duas pessoas na semana passada, entre as quais um policial na cidade de Ventilla. Neste último caso, os próprios autores do homicídio admitiram que a vítima foi morta por engano, para vingar uma ofensa que tinha sido feita por outra pessoa.
Na região, há algum tempo a população tende a fazer justiça com as próprias mãos e não é raro que as vítimas dessa fúria popular sejam pessoas inocentes.
Além disso, o Cardeal lamentou o crescimento de grupos de jovens em diversas cidades: vários desses grupos são formados por crianças que fogem do controle dos pais ou que ocupam o tempo livre de modo errado.
"É doloroso ver que aumentam os grupos, é um fenômeno que há muito tempo deveria ter sido enfrentado por aqueles que têm responsabilidade para com a sociedade. Mas mais do que contar o números de grupos, o que deve nos preocupar de modo grave é que nesses grupos há crianças, meninos e meninas entre 11 e 12 anos", afirmou o Cardeal Terrazas.
Segundo um estudo do Serviço de Políticas Sociais, enviado à Agência Fides, existem na Bolívia 2 milhões e 800 mil menores que vivem em situação de risco, vítimas de abusos, da pobreza extrema e do abandono nas ruas. (CE) (Agência Fides, 29/05/2012)
AMÉRICA/HONDURAS - O drama dos migrantes repatriados à força em seu país
Toncontin (Agência Fides) - "São a pobreza, o status social e a violência os fatores que continuam a impulsionar os nossos compatriotas a deixarem o país, seguindo um percurso perigoso, cheio de dor e sofrimento", disse Ir. Valdete Wilemann, diretora do Centro para os Migrantes Repatriados (CAMR), que se encontra nas proximidades do aeroporto de Toncontin, Honduras, descrevendo o drama das pessoas que buscam um nova vida no exterior, mas que depois foram obrigadas a repatriar.
A religiosa recordou que este ano aumentou o números de deportados em relação ao ano passado: "Registramos um aumento de 10,46% das expulsões via aérea; isso significa que voltaram cerca de 2.500 pessoas a mais em relação ao ano passado".
Segundo Ir. Valdete, os migrantes fogem da corrupção e das extorsões das quais são vítimas em Honduras, para depois cair nas redes dos traficantes de seres humanos que atuam na Guatemala e no México, etapas obrigatórias para alcançar via terra os Estados Unidos.
Segundo o que foi comunicado à nossa Agência pelo semanal Fides de Honduras, citando os dados coletados pela Pastoral da Mobilidade Humana, são 1.500 as famílias hondurenhas em busca de parentes desaparecidos durante as "viagens da esperança" rumo à América do Norte.
Ir. Valdete pertence às Irmãs Missionárias Escalabrinianas, que são responsáveis pela Pastoral da Mobilidade Humana no país. A congregação administra ainda três casas de acolhimento para migrantes deportados. (CE) (Agência Fides, 29/05/2012)

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