ÁFRICA/LÍBIA - "Venham à Líbia para nos ajudar, a situação não é tão trágica como descrevem alguns" disse Dom Martinelli
Trípoli (Agência Fides) - "Lamento ver que se difundem somente notícias negativas sobre a situação da Líbia. Encontro-me com vários líbios que têm um comportamento positivo e confiante sobre o futuro de seu país" - disse à Agência Fides Dom Innocenzo Martinelli, Vigário Apostólico de Trípoli.
"Precisamos difundir notícias positivas para infundir coragem tanto aos líbios quanto a quem está de fora e gostaria de vir aqui para dar o seu apoio", continua Dom Martinelli. "Por exemplo, existem pessoas da Caritas que gostariam de vir à Líbia para conhecer as necessidades dos mais necessitados, mas foram desaconselhadas a vir. Eu me pergunto porquê, já que vem os técnicos da ENI e AGIP a trabalhar aqui, sem nenhum problema. Porque não podem também vir os ser agentes da Caritas?" - se pergunta o Vigário Apostólico de Trípoli.
"Não é verdade que não é possível vir a Líbia. Claro, não digo como turistas, mas para certos serviços sociais é possível", insiste. "Posso falar por Trípoli e arredores - ressalta Dom Martinelli - há ocasionalmente algumas escaramuças, mas em geral a situação é calma e pacífica". Dom Martinelli cita alguns exemplos de vida cotidiana que mostram a seu ver a tendência ao retorno da paz: "Ontem as crianças nas escolas comemoraram o Dia das Mães (que no mundo árabe coincide com o primeiro dia da primavera). Nos dias passados foram realizadas as eleições para os órgãos locais de Trípoli".
No entanto, existe o problema das armas, que ainda estão em posse das milícias, e neste aspecto Dom Martinelli observa: "As autoridades de Trípoli estão fazendo de tudo para as pessoas que possuem armas as entreguem. Vai levar algum tempo, mas o esforço existe". "Gostaria que a Líbia não fosse mais associada, na imaginação coletiva, ao terrorismo e instabilidade. Venham nos ajudar a construir a nova Líbia", conclui o Dom Martinelli. (L.M.) (Agência Fides 22/3/2012)
ÁFRICA/MALI - Tiroteios esporádicos em Bamako, Dom Zerbo convida todos a oração e solidariedade
Bamako (Agência Fides) - "Ouvimos tiros no centro de Bamako. As ruas principais estão circundadas de vez em quando por veículos militares, de onde são disparados tiros no ar, mas em muitos bairros da cidade permanece uma relativa calma", disseram fontes da Conferência Episcopal do Mali, entrevistados pela Agência Fides em Bamako, onde um grupo de militares golpistas afirma ter derrotado o presidente Amadou Toumani Touré, de ter bloqueado a Constituição e decretado toque de recolher. "Alguns civis correm risco indo para as ruas, não obstante o toque de recolher. Grande parte da população permaneceu em casa. A televisão nacional está transmitindo um comunicado dos militares golpistas. Não se sabe onde se encotra o presidente Touré. Pelo que sabemos, dentro do país a situação é calma, e a população prossegue suas atividades". Conversando com a Agência Fides, Dom Jean Zerbo, Arcebispo de Bamako, pede "a todos para rezarem" por eles. "Convidamos a nossa comunidade a ser solidária com as vítimas e todos aqueles afetados por esses eventos", disse o prelado.
Os golpistas acusam o presidente de incompetência na gestão das operações militares no norte do país contra o movimento separatista de maioria Tuareg e os grupos islâmicos que operam lá.
As fontes de Fides salientam que o pronunciamento militar foi precedido, nas últimas semanas, por protestos das famílias dos militares engajados no norte do Mali nas operações de combate contra os guerrilheiros. Houve uma manifestação das esposas dos soldados e depois outra dos filhos e irmãos. Está previsto para 23 de março outra marcha de protesto, mas o golpe foi feito antes. (L.M.) (Agência Fides 22/3/2012)
ÁSIA/SÍRIA - O Núncio Apostólico: "Apoio completo ao plano da ONU para acabar com a violência"
Damasco (Agência Fides) - O documento da ONU sobre o conflito na Síria "é muito bom em conteúdo e deve ser totalmente apoiado, pois é realmente urgente para pôr fim à violência": é a avaliação do Núncio Apostólico na Síria, Dom Mario Zenari, expressa num entrevista à Agência Fides. "Finalmente, um texto que encontra unanimidade no Conselho de Segurança da ONU, e que esperamos possa encontrar um consenso mais amplo possível", disse o representante vaticano. A O documento da ONU em seis pontos prevê o fim da violência, a implementação progressiva de um cessar-fogo, o fornecendo ajuda humanitária, a libertação das pessoas detidas arbitrariamente, a livre circulação de jornalistas, o início de um diálogo político.
O Núncio participou ontem de um encontro de oração inter-religioso realizado na igreja de São Cirilo em Damasco, onde se rezou pelas vítimas da violência e do terrorismo, na presença de líderes cristãos e muçulmanos. "É urgente rezar por todas as vítimas do conflito. É urgente dar uma virada no plano humanitário: muitas pessoas estão sofrendo e, nas áreas como Homs, é ainda impossível de se fazer obras de misericórdia para enterrar os mortos", comentou o Núncio.
Em Homs, segundo uma fonte local de Fides, existem somente cerca de 1.000 cristãos, que vivem na clandestinidade e no medo, num bairro "em meio a dois fogos", enquanto continua o conflito entre o exército e os rebeldes. A maioria parte dos cristãos fugiram por casa da crescente violência, mas "nesse inferno existem alguns anjos, os poucos sacerdotes que permaneceram, que confortam e ajudam a população que sofre". (PA) (Agência Fides 22/3/2012)
ÁSIA/SÍRIA - O Patriarca Melquita Laham pede "diálogo e unidade do país"
Damasco (Agência Fides) - Diálogo, reconciliação, unidade do país: é o apelo lançado pelo Patriarca Melquita de Antioquia, Gregorios III Laham, num encontro de oração realizado ontem na igreja de São Cirilo, em Damasco, onde os líderes de diferentes religiões rezaram pelas vítimas dos conflitos e do terrorismo. Como referem fontes locais à Agência Fides, o Patriarca convidou os sírios a pedir a Deus para preservar a Síria e seu povo, na esperança de que "a Síria possa continuar o processo de renovação e mudança através do diálogo, para o bem do país".
O Patriarca Laham sublinhou também a importância de ouvir o pedido de reformas que vem da população, afirmando que "a nova Constituição é um passo em frente", e expressando a confiança de que os sírios possam "trabalhar eles mesmos para a democracia, liberdade e a dignidade humana, com a participação de todos os grupos da sociedade". Laham disse que referiu ao Papa "algumas ideias para eliminar a violência", observando que o papel dos cristãos na Síria, "nestas circunstâncias difíceis, é de preservar a unidade da Síria, que serve para a estabilidade do mundo árabe".
O estudioso muçulmano Sheikho Ahmad, um dos líderes presentes, comentou que a Síria foi e será sempre "a casa onde convivem todas as religiões" e que "a oração pretende difundir os valores do amor e da paz, e contra o ódio à violência". (PA) (Agência Fides 22/3/2012)
ÁSIA/ÍNDIA - Orissa, negociações iminentes para os italianos sequestrados: pressão da Igreja e da sociedade civil
Bhubaneshwar (Agência Fides) - As negociações para a libertação dos dois italianos sequestrados em Orissa, Francesco Colangelo e Paolo Bosusco, são iminentes: "Poderiam começar amanhã, visto que as duas partes, o governo e os rebeldes, declararam seu desejo de disponibilidade e compromisso" disse à Agência Fides Pe. Santosh Digal, sacerdote da diocese de Cuttack-Bhubaneshwar (Orissa), enviado pelo Bispo, no distrito de Kandhamal, onde os dois foram sequestrados.
O sacerdote disse à Fides:. "Existe forte pressão da Igreja e da sociedade civil para pôr fim rapidamente a este lamentável episódio. Os maoistas dizem que não são contra a Itália ou contra estrangeiros; o governo declara que pretende se comprometer ao máximo com a questão: a partir do encontro de boa vontade das partes depende do resultado dos fatos. Estamos confiantes de que tenha um êxito feliz. Continuamos a rezar".
Sobre o caso a Agência Fides conversou com Dom John Barwa, Arcebispo de Cuttack-Bhubaneshwar, que observa: "Manifestamos a nossa solidariedade e proximidade com as famílias dos dois sequestrados e renovamos o apelo em favor de libertação imediata, por razões humanitárias: são pessoas inocentes que nada têm a ver com qualquer reivindicação". "Esperamos no início de uma negociação rápida. O importante é que exista vontade política de libertá-los: para isso, fazemos um apelo ao Governo de Orissa", disse Dom Barwa. A análise do Arcebispo olha também "para as raízes do complexo problema da rebelião em Orissa e em outras partes da Índia. Os autóctones, que são pobres, marginalizados, subdesenvolvidos e abandonados, são as minhas ovelhas, muitos deles são cristãos. Exortamos o governo a se comprometer em favor de suas comunidades, para garantir dignidade, desenvolvimento, promoção econômica e cultural e todos os direitos dos cidadãos indianos. O sequestro deve ser usado para iniciar uma reflexão séria sobre a condição destas populações. O governo não pode fazer apenas alegações vazias, mas tem de se preocupar com suas condições de vida". (PA) (Agência Fides 22/3/2012)
ÁSIA/CHINA - Jovens católicos testemunham a fé dedicando-se ao voluntariado social
Xi An (Agência Fides) - Os 60 jovens voluntários católicos da paróquia de Nan Tang da arquidiocese de Xi An, na província de Shaan Xi, renovaram seu compromisso de se dedicar ao voluntariado em 2012, para testemunhar a fé. Segundo informado à Agência Fides pelo Faith de Hebei, dentre os jovens que reconfirmaram seu propósito no dia 11 de março, estão jornalistas, universitários, funcionários e portadores de deficiência. Durante o encontro, os jovens compartilharam suas experiências de trabalho nos últimos anos: socorro às vítimas do terremoto, ensino em áreas remotas, apoio a famílias com problemas econômicos, idosos e deficientes... Com estes serviços sociais de caridade "demos um testemunho de fé" - afirmou seu responsável: "não só muitas pessoas se converteram através de nosso exemplo, mas se tornaram também voluntárias e oferecem ajuda aos outros". Alguns voluntários também contaram sua experiência extraordinária, que lhes permitiu reforçar a fé: assim, os voluntários não são apenas aquilo que dão, mas também recebem uma forte experiência espiritual. Enfim, trocaram com outras personalidades reflexões sobre o voluntariado na atual sociedade chinesa. (NZ) (Agência Fides 22/03/2012)
AMÉRICA/CUBA - "A expectativa que sinto em todas as comunidades cristãs pela chegada de Bento XVI é a mesma de 14 anos atrás, para a visita de João Paulo II" - diz Pe. Raul Rodriguez
Havana (Agência Fides) - "Esperamos que seja um momento de benção do Senhor para este povo que precisa da mensagem salvífica e libertadora de Jesus. Esperamos que seja um momento de unidade entre todos os cubanos, onde quer que se encontrem e vivam, como aconteceu para a visita do Beato João Paulo II". São as expectativas da visita de Bento XVI a Cuba, expressas à Agência Fides por Padre Raul Rodriguez, ex-Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Cuba.
"A visita do Papa João Paulo II ofereceu à Igreja a possibilidade de começar a percorrer um novo caminho. Foi e continua a ser ainda um momento de benção - prossegue pe. Rodriguez. O resultado de sua visita continua sendo um marco no caminho da história de Cuba e nos corações de muitos cubanos. Foram dias inesquecíveis. Na cidade de Santa Clara, onde celebrou a primeira Missa, foi erguido um monumento ao 'Peregrino de verdade e de esperança'. Rezo frequentemente naquele lugar e me recordo da mensagem que João Paulo II deixou à família cubana, encorajando-a a viver no amor e a não perder a esperança".
"As transformações acontecem pouco a pouco, gradualmente, porque precisamos mudar as atitudes, não apenas as situações - prossegue pe. Rodriguez -. A Igreja é chamada a evangelizar e portanto, precisa de espaços específicos no âmbito da sociedade. Desde a visita do Papa João Paulo II começamos um percurso que está produzindo frutos, mas temos que continuar caminhando, e, principalmente, continuar a explorar novos espaços. Para que a Igreja em Cuba possa realizar sua missão, precisa, por exemplo, de uma presença maior na mídia, da possibilidade de construir igrejas nos locais aonde não há, de uma presença ativa na formação de novas gerações... Este novo caminho será feito com respeito, levando em conta que não podemos superar todos os problemas no mesmo dia, mas que será preciso tempo".
Descrevendo o clima de espera pela chegada do Papa Bento XVI, padre Raul Rodriguez diz: "A expectativa que vivo e sinto em todas as comunidades cristãs onde sou pároco, pela visita de Bento XVI é a mesma de 14 anos atrás, quando preparamos a acolhida de João Paulo II: um momento de benção para este povo, que tanto precisa do Evangelho e do amor de Cristo. Como dizem os Bispos em sua Mensagem para o Ano jubilar que estamos vivendo, "que seja a oportunidade para a Igreja prosseguir em sua missão de evangelização e continuar a encontrar novos espaços para viver a sua missão". (CE) (Agência Fides 22/03/2012)
AMÉRICA/ESTADOS UNIDOS - A viagem do Papa transmitida pelo site na Internet e na página Facebook da Conferência Episcopal
Nova York (Agência Fides) - A visita de Bento XVI a México e Cuba será transmitida também pelo site do Episcopado estadunidense e nas redes sociais. Em nota enviada à Agência Fides, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USCCB) informa que será aberta uma seção de seu site dedicada especificamente à viagem do Papa a ambos os países, e a visita será seguida também em sua página no Facebook (www.facebook.com/usccb). A Conferência Episcopal também comunicou os nomes de seus representantes que irão acompanhar o Santo Padre durante a viagem: Dom Octavio Cisneros, Bispo Auxiliar de Brooklyn, Nova York, líder do grupo; Dom Gerald Kicanas, Bispo de Tucson, diretor do Catholic Relief Services; Dom Richard Pates, Bispo de Des Moines, e Dom Eusebio Elizondo, Bispo auxiliar de Seattle, membros da Comissão para a Igreja na América Latina da USCCB. Dom Cisneros expressou sua alegria por representar os Bispos católicos dos EUA e convidou a rezar "para que a visita do Papa ao México e a Cuba leve paz, reconciliação e muitas bênçãos a ambos os países". (CE) (Agência Fides, 22/03/2012)
Links:
A seção da viagem do Papa no site da USCCB:
http://www.usccb.org/about/leadership/holy-see/pope-benedict-xvi/2012-apostolic-journey-mexico-cuba.cfm
AMÉRICA/BOLÍVIA - Dominicanas de Maryknoll: 100 anos de fundação e 70 de presença na Bolívia
Riberalta (Agência Fides) - A comunidade das Irmãs Dominicanas de Maryknoll celebra 100 anos de fundação da congregação e 70 anos de presença na Bolívia. As missionárias estão presentes nas áreas mais pobres do país: La Paz, Santa Cruz, Beni, e no Vicariato Apostólico de Pando, de onde é coordenado o trabalho missionário em toda a Bolívia, em estreito contato com os missionários leigos. Irmã Nancy Connor, que vive em La Paz, recorda que as primeiras religiosas a chegar na Bolívia se estabeleceram na aldeia de Riberalta, na floresta, onde sucessivamente construíram um hospital. "Esta foi a primeira missão na América Latina, berço de nossa missão" - destaca Irmã Nancy. Naquela época, a população não era muito grande e as irmãs conseguiam visitar todos os doentes, casa por casa.
As origens da congregação datam de 16 de janeiro de 1912, quando um grupo de mulheres, liderado por Josephine Rogers (1882-1955) que depois se tornou a primeira superiora geral da congregação, começou a trabalhar na secretaria do seminário missionário de Maryknoll (Nova York). As religiosas, hoje presentes em todos os continentes, se dedicam ao ensino, à assistência de saúde, ao trabalho missionário e à atividade social.
Seguindo a fundadora, irmã Mary Josephine Rogers, que dizia "que não há nada mais incrível do que a vida; o maior milagre é o crescimento e o desenvolvimento", suas filhas espirituais ainda hoje são encorajadas a contemplar as obras maravilhosas de Deus nas pessoas. "Muitos projetos sociais que iniciamos anos atrás hoje já estão crescidos" - diz irmã Nancy -, como o projeto de San Miguel e o centro de reabilitação para crianças com deficiências. "Este trabalho começou com uma leiga e hoje acolhe várias crianças com suas famílias".
Para a religiosa de Maryknoll, os 70 anos de Riberalta representam um grande crescimento, do qual é preciso agradecer todas as pessoas que abriram os braços e os corações às missionárias "vindas de longe". "O futuro de nossa Igreja está na juventude que quer construir uma obra para o próximo como o reino de Deus, reino de amor e de justiça" - conclui Irmã Nancy. (CE) (Agência Fides, 22/03/2012)

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