ZENIT - O MUNDO VISTO DE ROMA

Viagem de Bento XVI: México e Cuba


Visita de cortesia de Bento XVI ao Presidente Raul Castro
Jantar com os bispos cubanos na Nunciatura
HAVANA, terça-feira 27 de março de 2012 (ZENIT.org) – No final da sua visita ao Santuário de Nossa Senhora da Caridade de El Cobre, o Papa Bento XVI viajou para o aeroporto de Santiago de Cuba, de onde, às 10h e 30min, partiu em avião para a Havana. Chegou ao aeroporto internacional José Martí às 12hs e foi para a Nunciatura Apostólica da Havana.
Às 17h30min estava planejado fazer uma visita de cortesia ao Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros da República Raúl Modesto Castro Ruz, no Palácio da Revolução da Havana.
Após a apresentação das delegações, estava previsto um encontro privado e depois a apresentação dos familiares e uma troca de presentes.
No final, estava previsto que o papa e o presidente se aproximassem da entrada principal para cumprimentar aos representantes da mídia.
Em seu retorno à Nunciatura Apostólica, depois da visita de cortesia ao presidente, o santo padre tinha agendado encontrar-se com os bispos cubanos e jantar com eles.
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Um convite à esperança
Um primeiro relatório sobre a Viagem do Papa feito pelo Padre Lombardi
ROMA, terça-feira, 27 de março de 2012 (ZENIT.org) -  Um convite à esperança para um povo que tem as suas dificuldades e os seus sofrimentos”. Com estas palavras o Diretor da Sala de Imprensa Vaticana, padre Federico Lombardi, S.J., descreveu no domingo, 25 de março, numa entrevista com a Rádio Vaticana, a viagem do Papa Bento XVI ao México.
Padre Lombardi destacou em particular o aspecto do encontro com o povo mexicano. "Esta reunião foi bem sucedida, em profundidade e em grande alegria e serenidade", disse ao microfone de Giancarlo La Vella, referindo-se à missa celebrada pelo Santo Padre, "muito festiva, bonita, e em um ambiente absolutamente maravilhoso".
"Em torno da Eucaristia - continuou o Portavoz – concluiu-se o encontro entre um Papa que vinha para responder a uma espera, que sabia que era muita, de um povo que ama o Papa e que na sua tradição tem fortemente esta ligação espiritual também com a Sede de Pedro; um povo que o tinha convidado e que sentia muito o desejo de vê-lo”.
“O Papa sabia dessa espera e veio ao encontro trazendo uma mensagem clara, simples, essencial, mas central de esperança e de conforto: portanto fé e esperança que possam renovar o coração e renovar a vida da pessoa e da sociedade”, continuou o jesuíta.
Segundo o Pe. Lombardi, os mexicanos puderam conhecer e encontrar o Pontífice. Este é um resultado extremamente importante que, de alguma forma, completa aquele que é o recebimento da sua mensagem, e o espírito com o qual ele o trouxe. Ora, também podem conectar essa mensagem à figura concreta de quem  a anunciou”, observou.
Diante dos vários problemas graves que passa o país – Do tráfico de drogas à violência, até a secularização e a difusão das seitas – as profundas raízes da fé da população mexicana devem ser “continuamente” vivificadas, afirmou Lombardi, destacando também o “significado continental” da viagem do Papa.
“A mensagem desde o México queria olhar para todo o continente,  apelando também para o bicentenário da independência que estes países festejam e que portanto representa um momento histórico importante para reviver as próprias raízes, a própria vocação, o próprio sentido da dignidade como povos e ter a Igreja consigo neste momento como elemento positivo e construtivo”, disse o porta-voz da Santa Sé.
Também a viagem a Cuba, continuou Lombardi, coloca-se neste contexto: um País que tem “umas especificidades” e onde a Igreja se encontra numa “situação de renascimento se queremos, de novo desenvolvimento e nova contribuição positiva à uma sociedade que também se sente numa fase de transição”.
No final da entrevista, padre Lombardi qualificou a Eucaristia celebrada domingo de manhã no Parque do Bicentenário em León, aos pés da Colina do Cubilete com o Santuário de Cristo Rei, como a imagem, no seu ponto de vista, “mais bela, também como ambiente e como contexto” do Pontificado de Bento XVI. “Acredito que permanecerá realmente o centro, o coração, o climax desta viagem ao México”, concluiu.
[Tradução Thácio Siqueira]
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Santa Missa Por ocasião do 400º aniversário da descoberta da imagem da Virgem da Caridade do Cobre
Homilia do Papa Bento XVI
ROMA, terça-feira, 27 de Março de 2012 (ZENIT.org) - Por ocasião da Santa missa de aniversário da descoberta da imagem da Virgem da caridade do Cobre, na Praça Antonio Maceo, em Santiago de Cuba, o Santo Padre, ontem, dia 26 de Março, pronunciou a homilia que publicamos o texto integral.
***
Amados irmãos e irmãs!
Dou graças a Deus que me permitiu vir ter convosco, realizando esta viagem tão desejada. Saúdo D. Dionisio García Ibáñez, Arcebispo de Santiago de Cuba, agradecendo-lhe as amáveis palavras com que me acolheu em nome de todos. Saúdo igualmente os outros Bispos vindos de Cuba e doutros lugares, bem como os sacerdotes, religiosos, seminaristas e fiéis leigos presentes nesta celebração. E não posso esquecer todos aqueles a quem a doença, a idade ou outras razões impossibilitaram de estar aqui conosco. Saúdo também as autoridades que gentilmente quiseram acompanhar-nos.
Esta Santa Missa – a primeira que tenho a alegria de presidir na minha visita pastoral a este país – insere-se no contexto do Ano Jubilar Mariano proclamado para honrar a Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba, nos quatrocentos anos da descoberta e presença da sua veneranda imagem nestas terras abençoadas. Não ignoro o sacrifício e a dedicação com que se preparou este jubileu, especialmente sob o ponto de vista espiritual. Tocou-me profundamente o fervor com que Maria foi saudada e invocada por muitos cubanos, na sua peregrinação por todos os cantos e lugares da Ilha.
Estes acontecimentos importantes da Igreja em Cuba são iluminados com um brilho extraordinário pela festa que a Igreja universal celebra hoje: a Anunciação do Senhor à Virgem Maria. De fato, a Encarnação do Filho de Deus é o mistério central da fé cristã e, nele, Maria ocupa um lugar de primária grandeza. Mas qual é o significado deste mistério? E qual é a importância que tem para a nossa vida concreta?
Vejamos, antes de tudo, o que significa a Encarnação. No Evangelho de São Lucas, ouvimos as palavras do anjo a Maria: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus» (Lc 1, 35). Em Maria, o Filho de Deus faz-Se homem, cumprindo-se assim a profecia de Isaías: «A virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será “Emanuel”, porque Deus está conosco» (Is 7, 14). Sim, Jesus, o Verbo feito carne, é o Deus-conosco, que veio habitar entre nós e partilhar a nossa própria condição humana. O apóstolo São João exprime isto mesmo do modo seguinte: «O Verbo fez-Se carne e habitou no meio de nós» (Jo 1, 14). A expressão «fez-Se carne» indica a realidade humana mais concreta e palpável. Em Cristo, Deus veio realmente ao mundo, entrou na nossa história, habitou no meio de nós, realizando assim a profunda aspiração do ser humano de que o mundo seja realmente uma casa para o homem. Pelo contrário, quando Deus é posto de lado, o mundo transforma-se num lugar inospitaleiro para o homem, frustrando ao mesmo tempo a verdadeira vocação da criação que é ser o espaço para a aliança, para o «sim» do amor entre Deus e a humanidade que Lhe responde. E assim fez Maria, primícias dos crentes, com o seu «sim» dado sem reservas ao Senhor.
Por isso, quando contemplamos o mistério da Encarnação, não podemos deixar de voltar os nossos olhos para Ela, enchendo-nos de admiração, gratidão e amor ao ver como o nosso Deus, para entrar no mundo, quis contar com o consentimento livre duma criatura sua. Só a partir do momento em que a Virgem respondeu ao anjo: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra»(Lc 1, 38), é que o Verbo eterno do Pai começou a sua existência humana no tempo. É comovente ver como Deus não só respeita a liberdade humana, mas parece ter necessidade dela. E vemos também como o início da existência terrena do Filho de Deus está marcado por um duplo «sim» à vontade salvífica do Pai: o de Cristo e o de Maria. É esta obediência a Deus que abre as portas do mundo à verdade, à salvação. De fato, Deus criou-nos como fruto do seu amor infinito; por isso viver segundo a sua vontade é o caminho para encontrar a nossa verdadeira identidade, a verdade do nosso ser, enquanto que o distanciamento de Deus nos afasta de nós mesmos e precipita-nos no vazio. A obediência na fé é a verdadeira liberdade, a autêntica redenção, que permite unirmo-nos ao amor de Jesus no seu esforço por Se conformar com a vontade do Pai. A redenção é sempre esse processo de levar a vontade humana à plena comunhão com a vontade divina (cf. Lectio divina com os párocos de Roma, 18 de fevereiro de 2010).
Queridos irmãos, hoje louvamos a Virgem Santíssima pela sua fé e dizemos-Lhe com Santa Isabel: «Bem-aventurada aquela que acreditou» (Lc 1, 45). Como disse Santo Agostinho, Maria, antes de conceber Cristo fisicamente no seu ventre, concebeu-O pela fé no seu coração; Maria acreditou e realizou-se n’Ela aquilo em que acreditava (cf. Sermão 215, 4: PL 38, 1074). Peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé, que a torne ativa e fecunda no amor. Peçamos-Lhe que sejamos capazes de acolher, como Ela, em nosso coração a Palavra de Deus e pô-la em prática com docilidade e constância.
Pelo seu papel insubstituível no Mistério de Cristo, a Virgem Maria representa a imagem e o modelo da Igreja. Esta, como fez a Mãe de Cristo, é chamada também a acolher em si o Mistério de Deus que vem habitar nela. Amados irmãos, sei com quanto esforço, coragem e dedicação trabalhais dia a dia para que a Igreja, nas circunstâncias concretas do vosso País e neste período da história, manifeste o seu verdadeiro rosto como lugar onde Deus Se aproxima dos homens e Se encontra com eles. A Igreja, corpo vivo de Cristo, tem a missão de prolongar na terra a presença salvadora de Deus, de abrir o mundo para algo maior do que ele mesmo, ou seja, para o amor e a luz de Deus. Vale a pena, amados irmãos, dedicar toda a vida a Cristo, crescer cada dia na sua amizade e sentir-se chamado a anunciar a beleza e a bondade da própria vida a todos os homens, nossos irmãos. Encorajo-vos na vossa tarefa de semear no mundo a palavra de Deus e oferecer a todos o verdadeiro alimento que é o corpo de Cristo. Com a Páscoa já próxima, decidamo-nos, sem medos nem complexos, a seguir Jesus no seu caminho para a cruz. Aceitemos com paciência e fé qualquer contrariedade ou aflição, convictos de que Ele, com a sua ressurreição, venceu o poder do mal, que tudo obscurece, e fez amanhecer um mundo novo, o mundo de Deus, da luz, da verdade e da alegria. O Senhor não cessará de abençoar com frutos abundantes a generosidade do vosso compromisso.
O mistério da Encarnação, em que Deus Se aproxima de nós, mostra-nos também a dignidade incomparável de cada vida humana. Por isso, no seu projeto de amor, desde a criação, Deus confiou à família fundada no matrimônio a sublime missão de ser célula fundamental da sociedade e verdadeira Igreja doméstica. Com esta certeza vós, queridos esposos, deveis ser, especialmente para os vossos filhos, sinal real e visível do amor de Cristo pela Igreja. Cuba precisa do testemunho da vossa fidelidade, da vossa unidade, da vossa capacidade de acolher a vida humana, especialmente a mais indefesa e necessitada.
Amados irmãos, sob o olhar da Virgem da Caridade do Cobre, desejo fazer um apelo a que deis novo vigor à vossa fé, vivais de Cristo e para Cristo, e luteis com as armas da paz, do perdão e da compreensão para construir uma sociedade aberta e renovada, uma sociedade melhor, mais digna do homem, que manifeste melhor a bondade de Deus. Amém.
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Cerimônia de Boas-Vindas em Cuba
Discurso do Papa Bento XVI
ROMA, terça-feira, 27 de março de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos o discurso do Santo Padre Bento XVI no Aeroporto Internacional Antonio Maceo, em Santiago de Cuba, durante a cerimônia de Boas-Vindas, ontem, segunda-feira, dia 26 de março de 2012.
***
Senhor Presidente,
Senhores Cardeais e Irmãos no Episcopado,
Distintas Autoridades,
Membros do Corpo Diplomático,
Senhores e senhoras,
Queridos amigos cubanos!

Agradeço-lhe, Senhor Presidente, o acolhimento dispensado e as amáveis palavras de boas-vindas com que quis transmitir, da sua parte e também do governo e do povo cubano, os sentimentos de respeito pelo Sucessor de Pedro. Saúdo as Autoridades que nos acompanham, assim como os Membros do Corpo Diplomático aqui presentes. Dirijo uma cordial saudação a D. Dionisio Guillermo García Ibáñez, Arcebispo de Santiago de Cuba e Presidente da Conferência Episcopal, ao Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, e aos restantes Bispos de Cuba, a todos certificando da minha solidariedade espiritual. E por fim saúdo, com todo o carinho do meu coração, os fiéis da Igreja Católica em Cuba, os amados habitantes desta linda Ilha e todos os cubanos onde quer que se encontrem. Tenho-vos sempre muito presente no coração e na minha oração, e ainda mais nos últimos dias quando o momento tão desejado de vos visitar se ia aproximando e que, graças à bondade divina, chegou.
Encontrando-me agora no vosso meio, não posso deixar de lembrar a histórica visita a Cuba do meu predecessor, o Beato João Paulo II, que deixou uma marca indelével na alma dos cubanos. O seu exemplo e os seus ensinamentos constituem uma guia luminosa para muitos, crentes ou não, que os orienta tanto na vida pessoal como na atuação pública ao serviço do bem comum da Nação. De fato, a sua passagem pela Ilha foi uma espécie de brisa suave de fresca aragem que deu novo vigor à Igreja em Cuba, despertando em muitas pessoas uma renovada consciência da importância da fé e encorajando a abrir os corações a Cristo, ao mesmo tempo que reacendeu a esperança e revigorou o desejo de trabalhar corajosamente por um futuro melhor. Um dos frutos importantes daquela visita foi a inauguração duma nova etapa nas relações entre a Igreja e o Estado cubano caracterizada por um espírito de maior colaboração e confiança, embora permaneçam ainda muitos aspectos em que se pode e deve avançar, especialmente no que diz respeito à contribuição imprescindível que a religião é chamada a prestar no âmbito público da sociedade.
Estou muito feliz por poder partilhar a vossa alegria na celebração do IV centenário da descoberta da imagem sagrada da Virgem da Caridade do Cobre. A sua figura cativante esteve, desde o início, muito presente tanto na vida pessoal dos cubanos como nos grandes acontecimentos do País, especialmente durante a sua independência, sendo venerada por todos como verdadeira mãe do povo cubano. A devoção à «Virgem Mambisa» sustentou a fé e encorajou a defesa e promoção de tudo o que dignifica a condição humana e dos seus direitos fundamentais; e hoje continua fazê-lo ainda com mais força, dando assim testemunho visível da fecundidade da pregação do Evangelho nestas terras e das profundas raízes cristãs que configuram a identidade mais genuína da alma cubana. Seguindo o rasto deixado por tantos peregrinos ao longo destes séculos, também eu desejo ir a El Cobre prostrar-me aos pés da Mãe de Deus para Lhe agradecer a solicitude com que cuida de todos os seus filhos cubanos e confiar à sua intercessão os destinos desta amada Nação para que os guie pelas sendas da justiça, da paz, da liberdade e da reconciliação.
Venho a Cuba como peregrino da caridade, para confirmar os meus irmãos na fé e encorajá-los na esperança, que nasce da presença do amor de Deus nas nossas vidas. Levo no coração as justas aspirações e os legítimos desejos de todos os cubanos – onde quer que se encontrem –, os seus sofrimentos e alegrias, as suas preocupações e os anseios mais nobres, especialmente dos jovens e dos idosos, dos adolescentes e das crianças, dos doentes e dos trabalhadores, dos encarcerados e dos seus familiares, bem como dos pobres e necessitados.
Muitas partes do mundo atravessam, hoje, um momento de particular dificuldade econômica, cuja origem tantos concordam em situá-la numa profunda crise de tipo espiritual e moral, que deixou o homem sem valores e desprotegido contra a ganância e o egoísmo de certos poderes que não têm em conta o bem autêntico das pessoas e das famílias. Não é possível continuar por mais tempo na mesma direção cultural e moral, que causou esta situação dolorosa que muitos sentem. Em vez disso, o verdadeiro progresso necessita duma ética que coloque no centro a pessoa humana e tenha em conta as suas exigências mais autênticas, de modo especial a sua dimensão espiritual e religiosa. Por isso, vai ganhando cada vez mais espaço, no coração e na mente de muitas pessoas, a certeza de que a regeneração das sociedades e do mundo exige homens retos e de firmes convicções morais e altos valores de fundo que não sejam manipuláveis por interesses limitados mas correspondam à natureza imutável e transcendente do ser humano.
Queridos amigos, estou convencido de que Cuba, neste momento tão importante da sua história, estende já o seu olhar para o amanhã, esforçando-se por renovar e ampliar os seus horizontes; para isso contribuirá aquele imenso patrimônio de valores espirituais e morais que plasmaram a sua identidade mais genuína e que estão esculpidos na obra e na vida de muitos e insignes pais da Pátria, como o Beato José Olallo y Valdés, o Servo de Deus Félix Varela e o insigne José Martí. A Igreja, por sua vez, soube contribuir diligentemente para a promoção de tais valores através da sua generosa e incansável missão pastoral, e renova os seus propósitos de continuar a trabalhar sem descanso para servir do melhor modo a todos os cubanos.
Peço ao Senhor que abençoe copiosamente esta terra e seus filhos, particularmente os que se sentem desfavorecidos, os marginalizados e quantos sofrem no corpo ou no espírito, e conceda a todos, por intercessão de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, um futuro cheio de esperança, solidariedade e concórdia. Muito obrigado.
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Cerimônia de despedida do México
Discurso do Papa Bento XVI
ROMA, terça-feira, 27 de março de 2012 (ZENIT.org) - Durante a cerimônia de despedida no Aeroporto Internacional de Guanajuato, no México, dia 26 de março, o Santo Padre Bento XVI pronunciou umas palavras. Publicamos o texto integral.
***
Senhor Presidente,
Distintas Autoridades,
Senhores Cardeais,
Amados Irmãos no Episcopado,
Amigos Mexicanos!

A minha breve mas intensa visita ao México está a chegar ao fim. Isto porém não significa o fim da minha estima e solidariedade por este país, que guardo no coração. Parto levando comigo muitas experiências inesquecíveis, como inesquecíveis são as muitas atenções e demonstrações de estima recebidas. Agradeço as amáveis palavras que me dirigiu o Senhor Presidente, e tudo o que as autoridade fizeram por esta significativa viagem. E agradeço de todo o coração a quantos facilitaram ou colaboraram para que os acontecimentos destes dias tivessem decorrido venturosamente, tanto nos aspectos importantes como nos menores detalhes. Peço ao Senhor que tantos esforços não tenham sido feitos em vão, mas, com a sua ajuda, produzam frutos abundantes e duradouros na vida de fé, esperança e caridade de León e Guanajuato, do México e dos países irmãos da América Latina e do Caribe.
Perante a fé em Jesus Cristo, que senti vibrar nos corações, e a devoção carinhosa à sua Mãe, aqui invocada com títulos tão belos como os de Guadalupe e da Luz, que vi espelhada nos rostos, desejo renovar, vigorosa e claramente, um apelo ao povo mexicano para que permaneça fiel a si mesmo e não se deixe amedrontar pelas forças do mal, para que seja corajoso e trabalhe a fim de que a seiva das suas raízes cristãs faça florir o seu presente e o seu futuro.
Também fui testemunha de sinais de preocupação com diversos aspectos da vida neste amado país, uns evidenciados recentemente e outros vindos do passado, que continuam a causar tantas dilacerações. Levo-os igualmente comigo, compartilhando tanto as alegrias como o sofrimento dos meus irmãos mexicanos, para os colocar em oração ao pé da Cruz, no coração de Cristo, donde dimanam a água e o sangue redentores.
Em tais circunstâncias, exorto ardentemente os católicos mexicanos e todos os homens e mulheres de boa vontade a não cederem à mentalidade utilitarista, que acaba sempre por sacrificar os mais frágeis e indefesos. Convido-os a um esforço solidário, que permita à sociedade renovar-se a partir dos seus alicerces para alcançar um vida digna, justa e pacífica para todos. Para os católicos, esta contribuição para o bem comum é uma exigência também daquela dimensão essencial do Evangelho que é a promoção humana e uma sublime manifestação da caridade. Por isso a Igreja exorta todos os seus fiéis a serem também bons cidadãos, conscientes da responsabilidade que têm de se preocupar com o bem dos outros, de todos, tanto na esfera pessoal como nos diversos sectores da sociedade.
Queridos amigos mexicanos, digo-vos «adeus!» no verdadeiro sentido da bela expressão tradicional hispânica: «Ficai com Deus!» Sim, adeus; até sempre no amor de Cristo, em que todos nos encontramos e encontraremos. Que o Senhor vos abençoe e Maria Santíssima vos proteja! Muito obrigado!
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Nunca fui recebido com tanto entusiasmo!
Palavras improvisadas do Papa
ROMA, terça-feira, 27 de março de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos as palavras improvisadas de Bento XVI, à noite, diante do colégio Miraflores, no México, domingo, dia 25 de março de 2012.
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Queridos amigos, muitíssimo obrigado por este entusiasmo. Sinto-me muito feliz por estar convosco. Fiz muitas viagens, mas nunca fui recebido com tanto entusiasmo. Levarei comigo, no meu coração, as impressões destes dias. O México estará sempre no meu coração. Posso dizer que desde há anos que rezo todos os dias pelo México, mas no futuro, rezarei ainda muito mais. Agora posso entender porque o Papa João Paulo II disse: «Sinto-me um Papa mexicano!»
Queridos amigos, ainda que esteja muito feliz com este encontro, desculpai-me se me retiro. É que amanhã será um dia exigente! Concluo este dia com a minha bênção: Abençoe-vos Deus Todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo. Boa Noite!
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Celebração das vésperas com os bispos do México e da América Latina
Discurso do Papa Bento XVI
ROMA, terça-feira, 27 de março de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos à seguir o discurso do Papa Bento XVI durante a celebração das vésperas com os bispos do México e da América Latina, na Catedral de Nossa Senhora da Luz, no domingo, 25 de março de 2012.
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Senhores Cardeais,
Amados Irmãos no Episcopado!

Sinto uma grande alegria em rezar com todos vós nesta Basílica-Catedral de León, dedicada a Nossa Senhora da Luz. Na linda imagem que aqui se venera, a Virgem Santíssima segura o seu Filho com grande ternura numa mão, enquanto estende a outra para socorrer os pecadores. Assim contempla Maria a Igreja de todos os tempos, que A louva por nos ter dado o Redentor e se entrega a Ela por ser a Mãe que o seu divino Filho, pregado na cruz, nos deixou. Por isso, frequentemente A invocamos como «esperança nossa», porque nos mostrou Jesus e duma forma simples – como se as explicasse aos pequenitos de casa – nos transmitiu as maravilhas que Deus fez e continua a fazer pela humanidade.
Um sinal decisivo destas maravilhas no-lo oferece a Leitura Breve que foi proclamada nestas Vésperas. Os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não reconheceram Cristo, mas, ao condená-Lo à morte, de facto cumpriram as palavras dos profetas (cf. Act 13, 27). É verdade! A maldade e a ignorância dos homens não é capaz de travar o plano divino de salvação, a redenção. O mal não tem poder para isso.
Outra maravilha de Deus é-nos recordada pelo segundo salmo que recitámos: o «rochedo» transforma-se «em lago e a pedra em fonte de água» (Sal 113, 8). O que poderia ser pedra de tropeço e de escândalo, com o triunfo de Jesus sobre a morte, convertera-se em pedra angular: «Tudo isto veio do Senhor, é admirável aos nossos olhos» (Sal 117, 23). Por isso não há motivos para render-se à prepotência do mal. E peçamos ao Senhor Ressuscitado que se manifeste a sua força nas nossas fraquezas e faltas.
Esperava ardentemente este encontro convosco, Pastores da Igreja de Cristo que peregrina no México e nos restantes países deste grande Continente, como uma ocasião para, juntos, contemplarmos Cristo que vos confiou a importante tarefa de anunciar o Evangelho no meio destes povos de forte tradição católica. Com certeza, a situação actual das vossas dioceses apresenta desafios e dificuldades de origem muito diversa. Mas, sabendo que o Senhor ressuscitou, podemos avançar confiadamente, seguros de que o mal não tem a última palavra na história e de que Deus é capaz de abrir novos espaços a uma esperança que não desilude (cf. Rm 5, 5).
Agradeço a cordial saudação que me dirigiu o Senhor Arcebispo de Tlalnepantla e Presidente da Conferência Episcopal Mexicana e do Conselho Episcopal Latino-Americano, fazendo-se intérprete e porta-voz de todos. E a vós, Pastores das diversas Igrejas particulares, peço que, ao regressar às vossas sedes, transmitais aos vossos fiéis o profundo afecto do Papa, que guarda no seu coração todos os seus sofrimentos e aspirações.
  Ao ver espelhadas em vossos rostos as preocupações pela grei que apascentais, vêm-me à mente as Assembleias do Sínodo dos Bispos quando os participantes aplaudem a intervenção de alguém que exerce o seu ministério em situações particularmente dolorosas para a vida e a missão da Igreja. Este gesto brota da fé no Senhor, significando fraternidade nos trabalhos apostólicos, bem como gratidão e admiração pelos que semeiam o Evangelho entre espinhos, uns sob a forma de perseguição, outros sob a forma de marginalização ou desprezo. E não faltam preocupações também pela carência de meios e recursos humanos ou com as limitações impostas à liberdade da Igreja no cumprimento da sua missão.
O Sucessor de Pedro compartilha estes sentimentos e agradece a vossa solicitude pastoral paciente e humilde. Não estais sozinhos nem nas dificuldades, nem nos sucessos da evangelização; todos estamos unidos nos sofrimentos e na consolação (cf. 2 Cor 1, 5). Sabei que ocupais um lugar particular na oração daquele que recebeu de Cristo o encargo de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lc 22, 31), e que os encoraja na missão de fazerem com que Nosso Senhor Jesus Cristo seja cada vez mais conhecido, amado e seguido nestas terras, sem se deixarem atemorizar pelas contrariedades.
A fé católica marcou significativamente a vida, os costumes e a história deste Continente, onde muitas das suas nações estão a comemorar o bicentenário da independência. É um momento histórico sobre o qual continua a brilhar o nome de Cristo, trazido para aqui por insignes e generosos missionários, que O proclamaram com coragem e sabedoria. Eles arriscaram tudo por Cristo, mostrando que o homem encontra n’Ele a sua consistência e a força necessária para viver em plenitude e edificar uma sociedade digna do ser humano, como o quis o seu Criador. O ideal de não antepor nada ao Senhor e de fazer com que a Palavra de Deus chegue a todos, valendo-se das características próprias de cada um e das suas melhores tradições, continua a ser uma válida orientação para os Pastores de hoje.
As iniciativas que surgirem motivadas pelo Ano da Fé devem ter como finalidade conduzir os homens a Cristo, cuja graça lhes permitirá deixar as cadeias do pecado que os escraviza e avançar para a liberdade autêntica e responsável. Para isto mesmo contribui também a Missão Continental promovida na Conferência de Aparecida e que já tantos frutos de renovação eclesial está dando nas Igrejas particulares da América Latina e do Caribe. Entre eles, contam-se o estudo, a difusão e a meditação da Sagrada Escritura, que anuncia o amor de Deus e a nossa salvação. Neste sentido, exorto-vos a continuardes a abrir os tesouros do Evangelho, a fim de que se transformem em força de esperança, liberdade e salvação para todos os homens (cf. Rm 1, 16). E sede também testemunhas e intérpretes fiéis da palavra do Filho encarnado, que viveu para cumprir a vontade do Pai e, sendo homem com os homens, Se consumiu por eles até à morte.
Amados Irmãos no Episcopado, no horizonte pastoral e evangelizador que se abre diante de nós, é de capital importância cuidar com grande atenção dos seminaristas, encorajando-os a não se gloriarem de «saber outra coisa a não ser Jesus Cristo, e, Este, crucificado» (1 Cor 2, 2). Não menos fundamental se apresenta a solidariedade com os presbíteros, a quem nunca deve faltar a compreensão e o encorajamento do seu Bispo e, se necessária, também a sua paterna admoestação sobre atitudes contraproducentes. São os vossos primeiros colaboradores na comunhão sacramental do sacerdócio, aos quais deveis manifestar vossa proximidade constante e privilegiada. O mesmo se diga das diversas formas de vida consagrada, cujos carismas devem ser estimados com gratidão e acompanhados com responsabilidade e respeito pelo dom recebido. E uma atenção cada vez mais especial é devida aos leigos mais comprometidos na catequese, na animação litúrgica, na acção caritativa e no compromisso social. A sua formação na fé é crucial para tornar presente e fecundo o Evangelho na sociedade actual. E não é justo que se sintam tratados como quem pouco conta na Igreja, apesar do entusiasmo que sentem em trabalhar nela segundo a sua vocação própria, e o grande sacrifício que às vezes lhes requer esta dedicação. Em tudo isto, é particularmente importante para os Pastores que reine um espírito de comunhão entre sacerdotes, religiosos e leigos, evitando divisões estéreis, críticas e suspeitas nocivas.
Com estes ardentes desejos, convido-vos a ser sentinelas que proclamam dia e noite a glória de Deus, que é a vida do homem. Estai do lado de quem é marginalizado pela violência, pelo poder ou por uma riqueza que ignora quem carece de quase tudo. A Igreja não pode separar o louvor de Deus do serviço aos homens. O único Deus Pai e Criador é que nos constituiu irmãos: ser homem é ser irmão e guardião do próximo. Neste caminho com toda a humanidade, a Igreja deve reviver e actualizar o que foi Jesus: o Bom Samaritano que, vindo de longe, se integrou na história dos homens, nos levantou e se prodigalizou pela nossa cura.  
Amados Irmãos no Episcopado, a Igreja na América Latina, que muitas vezes se uniu a Jesus Cristo na sua paixão, deve continuar a ser semente de esperança, que permita a todos ver como os frutos da Ressurreição alcançam e enriquecem estas terras.
Que a Mãe de Deus, invocada com o título de Maria Santíssima da Luz, dissipe as trevas do nosso mundo e ilumine o nosso caminho, para podermos confirmar na fé o povo latino-americano nas suas fadigas e aspirações, com fidelidade, valentia e fé firme n’Aquele que tudo pode e a todos ama sem medida. Amen.
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Familia e Vida


Não há liberdade de escolha quando a escolha é matar o indefeso.
Contribuição especial do subprocurador geral da República, Cláudio Lemos Fonteles
Por Cláudio Fonteles*
BRASILIA, terça-feira, 27 de março de 2012 (ZENIT.org) – A discussão sobre o aborto assume grande relevo porque necessariamente diz com o tipo de sociedade em que almejamos viver: a sociedade amorosa, fraterna, solidária ou a sociedade do egoísmo, do abandono, da violência. E, porque a discussão é assim posta, assim devendo ser, efetivamente, o Estado, como a sociedade politicamente organizada, tem que enfrentar a questão e não, cinicamente, reduzi-la à esfera de opção individual.
A mulher e o embrião, ou o feto, se já alcançado estágio posterior na gestação, que está em seu ventre, são as grandes vítimas do cinismo estatal.
A mulher porque ou por todos abandonada – seu homem, sua família, seus amigos – ou porque, e o que é pior por assim caracterizar um estado de coisas, teme venha a ser abandonada pelo homem, pela família, pelos amigos.
A mulher porque incentivada, e estimulada, pela propaganda oficial e privada a desfazer-se da vida, presente em seu ser, como se a vida fosse um estorvo, um empecilho, um obstáculo que deve ser eliminado em nome, hipocritamente do direito à liberdade de escolha.
Não há liberdade de escolha quando a escolha é matar o indefeso.
O embrião, ou o feto, porque vida em gestação, mas, repito, vida-presente não se lhes permite a interação amorosa, já plenamente, ainda que no espaço intra-uterino, com sua mãe, e com os demais, caso esses não adotem a covarde conduta do abandono da mulher.
O Estado brasileiro consolidou em seu ordenamento jurídico “mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher”, editando a lei nº. 11.340/06, conhecida como a lei “Maria da Penha”.
Vamos ler alguns artigos dessa importante lei:
- “Poderá o Juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento (art. 23, I);
- Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário: fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas (art. 26, II);
- A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das respectivas competências: centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar; casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica e familiar; programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar (art. 35, I, II e IV)”
Ora, se assim o é, justamente para que a integridade física da mulher seja protegida, por que, cinicamente, o Estado brasileiro detém-se aqui e, em relação à mulher, que está grávida, que acolhe em si a vida, estimula-a a matar, também a abandonando?
Por que o Estado brasileiro, repito cínico, pela omissão e pela frouxa, errônea e irresponsável justificativa de inserir-se o tema na órbita privada, não tira, como tirou o tema da violência doméstica, portanto também privada, dessa estrita órbita e à mulher gestante não lhe oferece todos os mecanismos oferecidos à mulher fisicamente agredida, para que, assim claramente amparada, a mulher, em ambas as situações, tenha o direito de viver e fazer viver a vida que consigo traz?
Aguarda-se o governante municipal, estadual e federal que tenha coragem de defender a vida-mulher e a vida-embrião, ou a vida-feto, que a
primeira acolhe em seu ventre.
*
Claudio Fontelles, foi Subprocurador-geral da República, grau mais alto da carreira, atuou no Supremo Tribunal Federal na área criminal. Coordenou a Câmara Criminal (1991) e a antiga Secretaria de Defesa dos Direitos Individuais e Interesses Difusos - Secodid (1987). Escolhido pelo Presidente Luis Inácio Lula Procurador Geral da República dos anos 2003-2005. Lecionou Direito Penal e Direito Processual Penal. Recentemente graduou-se em Teologia pelo Instituto S. Boaventura dos Frades Menores Conventuais. É professor de Doutrina Social da Igreja no Curso Superior de Teologia da Arquidiocese de Brasília. Aposentou-se do cargo de subprocurador-geral da Repúbica em 15 de agosto de 2008http://www.claudiofonteles.blogspot.com/
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Santa Sé


Sejam missionários da alegria
Mensagem de Bento XVI para a XXVII Jornada Mundial da Juventude
CIDADE DO VATICANO, terça-feira 27 de março de 2012 (ZENIT.org) – A Santa Sé publicou nesta terça-feira a Mensagem de Bento XVI para a XXVII Jornada Mundial da Juventude, que se celebra no próximo Domingo de Ramos, com o lema:  Alegrai-vos sempre no Senhor!".
Na sua mensagem, Bento XVI diz lembrar a JMJ de Madrid. "Foi um tempo extraordinário de graça, durante o qual o Senhor abençoou os jovens presentes ali, vindos do mundo inteiro", disse.
Comentando o lema deste dia, o papa disse que "a alegria é um elemento central da experiência cristã”. “Vemos a força de atração que ela tem: num mundo marcado muitas vezes pela tristeza e pela ansiedade, a alegria é um testemunho importante da beleza e confiabilidade da fé cristã."
A mensagem do papa se divide em vários pontos: Nosso coração está feito para a alegria; Deus é a fonte da verdadeira alegria; conservar no coração a alegria cristã; a alegria do amor; a alegria da conversão; a alegria nas provas; Testemunhas da alegria.
O Papa encoraja os jovens “a serem missionários da alegria". “Não é possível ser feliz se os outros não o são – acrescenta -. Por isso, é necessário compartilhar a alegria. Ide contar aos outros jovens vossa alegria de ter encontrado aquele tesouro precioso que é o mesmo Jesus. Não podemos conservar para nós a alegria da fé; para que esta possa permanecer em nós, temos que transmití-la. São João afirma: ‘o que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos para que estejais também em comunhão conosco... E isto vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa’ (1 Jo 1, 3-4).”
 E conclui: "Que a Virgem Maria vos acompanhe neste caminho. Ela acolheu o Senhor dentro de si e o anunciou com um canto de louvor e alegria, o Magnificat:" A minha alma engrandece ao Senhor, meu espírito se alegra em Deus meu Salvador "(Lc 1,46-47). Maria respondeu plenamente ao amor de Deus dedicando a Ele a sua vida num serviço humilde e total. Justamente é chamada ‘causa da nossa alegria’ porque nos deu a Jesus. Que Ela vos introduza naquela alegria que ninguém vos poderá tirar”.
[Tradução Thácio Siqueira]
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Espiritualidade


Portas Abertas
Reflexões de Quaresma de Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém
Por Dom Alberto Taveira Corrêa*
BRASILIA, terça-feira, 27 de março de 2012 (ZENIT.org) - “Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso no combate. Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? O Senhor dos exércitos – é ele o rei da glória” (Sl 23, 7-10).
Nós te oferecemos, Senhor Jesus Cristo, Redentor do mundo, as chaves de nossa cidade e de nossos corações. Não fazemos mais do que retribuir-te, pois as chaves da inteligência e da vontade nos foram outorgadas pela benevolência com que fomos criados. Feitos para Deus e para olhar para o alto e para frente, queremos recuperar hoje nossa dignidade e dizer-te que és bem vindo. Bendito o que vem em nome do Senhor!
Vem falar em nossas praças, Senhor Jesus Cristo, proclamando presente o Reino de Deus. Faze-nos entender seus mistérios, pois ele chega como luz, sal, fermento, semente que morre para se multiplicar! Ajuda-nos a vê-lo, cidade construída num lugar alto! Ensina-nos de novo que o Reino está no meio de nós. Grita de novo, Senhor Jesus, o apelo à conversão. Muda nossa mentalidade, Senhor, para te acolhermos de coração sincero.
Vem entre nós, Jesus Salvador, novo Moisés, proclamar a carta do Reino, o Sermão da Montanha. Vence nossas resistências para acolher a novidade que trazes. Vem fazer-nos pobres em espírito, para acolhermos o Reino. Vem fazer-nos chorar com os que choram. Vence nossas agitações com tua mansidão, que faz vir a terra em herança para teus amados. Dá-nos fome e sede de justiça. Dá-nos pureza de coração, para ver a Deus! Faze-nos promover a paz, pois nos chamaste a sermos filhos de Deus.
Recebe, Senhor Jesus, as cândidas aclamações de nossas crianças. Dá-nos preservar nelas a simplicidade e a pureza. Faze com que se transformem em multidão de hosanas. Venha qual rio em tempo de cheia a torrente esperançosa de nossos jovens inquietos. Que eles te busquem e te recebam, Senhor! Vem ao encontro do desejo do bem que existe em seus corações. Faze-os superar a avalanche da maldade e do egoísmo que pretende engolir suas boas intenções!
Entra em nossas casas Senhor, como entraste na casa de Simão Pedro, para levar a cura! Vem tomar refeição em nossa casa, para pôr às claras nossos julgamentos, como fizeste na casa de outro Simão. Deixa-nos abrir os telhados para que te encontrem os paralíticos de todas as doenças do corpo e da alma. Vem para a mesa da amizade, na Betânia de nossas famílias, e faze-nos Marta e Maria para achegar-nos a ti. Vem transformar, em nossas famílias, a água no vinho novo da festa do Reino de Deus, como em Caná!
Vem encontrar, Senhor Jesus Cristo, as pessoas inquietas que a portas entreabertas te querem conhecer e suplicam que alguém as conduza a saudar-te e ouvir-te dizer “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno! Vai e não peques mais!” Seja-lhes concedido superar a vergonha pelos pecados cometidos, para a festa do abraço da misericórdia.
Vem, Senhor, percorrer nossas ruas, para encontrar os andarilhos e aqueles que dormem às portas de nossas casas comerciais. Ensina-nos a dizer-te com eles que somos cegos à beira do caminho e queremos ver-te. Convence-nos, Jesus de bondade, a deixar-nos lavar da sujidade de nossas misérias na piscina de tua bondade infinita, que nos leva a tomar nas mãos, um dia depois do outro, os leitos em que jazemos. Lava todas as maldades de nossa terra, Senhor Jesus!
Vem, ó Filho de Davi, realizar as esperanças dos séculos que te aguardaram e preparam teus caminhos. Glória, louvor e honra a ti, Cristo Rei, redentor. Sobe a ti nosso piedoso Hosana e o clamor dos pequenos. Veio a ti o povo hebreu, com seus ramos e suas palmas. Avance pelas nossas ruas o cortejo daqueles que te celebram, trazendo os hinos e aclamações (Cf. Liturgia do Domingo de Ramos).
Vem tomar posse de nossa terra, para que te pertençam o povo e as casas, os palácios e os casebres! Sejam iluminados os meandros mais escuros de nossas almas, para que tudo seja dia, como naquela Jerusalém celeste, onde tu serás a luz verdadeira. Nela não entrará nada de impuro, nem alguém que pratique a mentira, mas somente os que estão inscritos no livro do Cordeiro (Cf. Ap 21,22-27).
Vem, Senhor Jesus! Vem, Jerusalém do alto, esposa do Cordeiro! Venha o que é novo, Venha o Senhor, Salvador e Redentor! Bendito o que vem em nome do Senhor!
*
Dom Alberto Taveira é Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará e acumula também essas outras funções na Igreja: Bispo Assistente Nacional da Renovação Carismática Católica; Por nomeação da Santa Sé é Assistente Internacional das “Comunidades Novas nascidas da Renovação Carismática Católica; membro do Conselho Administrativo da Fundação “Populorum Progressio”; Presidente da Fundação Nazaré de Comunicação; preside anualmente o “Círio de Nazaré” e é membro da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos. 
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Errata


Curso Superior de Teologia da Arquidiocese de Brasília
Caros leitores,
Na notícia do Zenit, entrevista sobre o Livro “Cartas Probo”, do dia 24 (http://www.zenit.org/article-29969?l=portuguese) houve um erro ao referir-se ao Curso Superior de Teologia da Arquidiocese de Brasília. Apareceu na entrevista FATEC, mas na verdade a sigla é FATEO (Faculdade Teológica).
Atualmente ainda é conhecida como CST (Curso Superior de Teologia da arquidiocese de Brasília).
Para maiores informações sobre o CST acessar o site: http://www.cursosuperiordeteologia.com.br/
Thácio Siqueira
ZENIT - Edição Portuguesa

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